O atacante Ramón Ábila não deverá jogar pelo Boca Juniors contra o Cruzeiro na partida de ida das quartas de final da Copa Libertadores, dia 19 de setembro (quarta-feira), às 21h45, no estádio La Bombonera, em Buenos Aires. O clube argentino teme ser penalizado por causa do confuso regulamento das competições de clubes organizadas pela Confederação Sul-Americana de Futebol e, a menos que receba uma liberação oficial por parte da entidade, deixará o camisa 17 fora do grupo de relacionados.
Ábila foi expulso no segundo tempo da prorrogação da final da Copa Sul-Americana de 2015, quando jogava pelo Huracán-ARG. Ele deu um soco no zagueiro Yerry Mina, à época no Santa Fe-COL, campeão da competição. Em julgamento, a Conmebol puniu o atacante com três partidas de suspensão. Porém, não ficou claro se ele deveria cumprir a pena na Sul-Americana ou na Copa Libertadores. [pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Somados os compromissos por Huracán, Cruzeiro e Boca, Ábila jogou irregularmente em 16 partidas. Só que as normas da Conmebol permitem que reclamações sejam feitas até 24 horas depois da realização de cada jogo. Nenhum clube atestou os erros administrativos, e o período para reclamação prescreveu (leia abaixo o terceiro parágrafo do artigo 19 do Regulamento Disciplinar da Conmebol).
De acordo com o diário Olé, da Argentina, o técnico Guillermo Schelotto já prepara Darío Benedetto para ser o titular do Boca contra o Cruzeiro. Afastado dos gramados por nove meses em função de grave lesão no joelho direito, o atacante retornou aos gramados em agosto. Os números de Benedetto pelo clube impressionam: 35 gols em 44 jogos. No elenco xeneize ainda há o experiente Carlitos Tévez, de 34 anos.
Outros casos de suspensões não cumpridas vieram à tona em 2018. O meio-campista Bruno Zuculini, do River Plate, jogou sete partidas de maneira ilegal, porém por equívoco da própria Conmebol. Antes de escalar o atleta, a direção do time argentino consultou a entidade, que, inicialmente, não identificou nenhuma anormalidade e enviou um ofício ao clube autorizando a escalação. O equívoco só foi descoberto pelo Racing, duas semanas depois da partida de ida das oitavas de final, em 9 de agosto (empate por 0 a 0, em Avellaneda). Como o erro partiu da própria Conmebol e houve também a prescrição da reclamação, o River ficou livre da punição.
Quem não teve a mesma sorte foi o Santos ao colocar o uruguaio Carlos Sánchez em campo. Expulso após agredir um gandula no jogo de volta da semifinal da Copa Sul-Americana de 2015, quando defendia o River Plate, o meio-campista foi punido com três partidas de suspensão (em caso semelhante ao de Ábila). OIndependiente tomou conhecimento do caso em menos de 24 horas, e a Conmebol abriu investigação. O Santos, por sua vez, apegou-se a ao sistema de registros da Confederação Sul-Americana, no qual não havia nenhuma pendência registrada e teoricamente ‘liberava’ Sánchez. No fim das contas, prevaleceu a redação do Regulamento Disciplinar, e o Peixe acabou recebendo uma dura punição: derrota por 3 a 0.