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O Atlético acionou o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) na quinta-feira (13) para requerer mudanças no preço dos ingressos estabelecidos pelo Cruzeiro para o clássico deste domingo, às 16h, no Mineirão, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro. De acordo com o posicionamento da diretoria alvinegra, os valores praticados são abusivos e ferem o estatuto do torcedor. O clube celeste, por sua vez, entende que a ação do rival é uma manobra para conseguir descontos por vias judiciais. [pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Durante reunião na manhã de quinta-feira (13) na sede da Federação Mineira de Futebol (FMF), ficou definido que atleticanos que quiserem acompanhar a partida no Mineirão deverão pagar entre R$ 150 e R$ 240. Foram disponibilizados 5.940 ingressos para a torcida visitante. Além dessa quantidade, a diretoria alvinegra adquiriu outros 460 lugares da Minas Arena, administradora do estádio.
O Atlético questiona o fato de que alvinegros e cruzeirenses pagarão valores diferentes por ingressos para um mesmo setor do Mineirão. O clube diz que sua torcida pagará R$ 240 para o setor laranja superior e R$ 150 para o laranja inferior; os mandantes, por sua vez, pagariam, respectivamente, R$ 40 e R$ 30 para esses setores.
Segundo a defesa do Cruzeiro, no entanto, os lugares destinados à torcida do Atlético formam um grande ‘setor visitante’, delimitado por barreira física. O preço do ingresso para esse espaço é comercializado a R$ 240, mesmo valor cobrado para cruzeirenses no setor roxo.
De acordo com o mapa do Mineirão, produzido pela Minas Arena, o grande ‘setor visitante’ engloba blocos de cadeiras dos setores roxo e laranja. De 21 blocos do setor laranja, cinco serão destinados aos atleticanos.
O Atlético se baseia no parágrafo 1º do artigo 24 do Estatuto do Torcedor, que prevê que “os valores estampados nos ingressos destinados a um mesmo setor do estádio não poderão ser diferentes entre si, nem daqueles divulgados antes da partida pela entidade detentora do mando de jogo”.
“O que o Cruzeiro fez fere o regulamento, fere o estatuto do torcedor. Nas próximas horas, acredito que teremos uma decisão sobre o nosso pedido. Uma delas é a discussão quanto às infrações do regulamento, como os valores dos ingressos e o preço diferente para o mesmo setor. Eles estão cobrando valores superiores aos que cobram da sua torcida. Isso não pode”, declarou o vice-presidente do Atlético, Lásaro Cândido da Cunha.
No entendimento do Cruzeiro, os valores praticados para a torcida do Atlético são os mesmos que os mandantes pagarão no espaço correspondente. “O Cruzeiro fixou um valor para o visitante e está praticando o mesmo valor para os cruzeirenses no setor correspondente. Eles (o Atlético) não têm dinheiro de pagar e estão tentando um descontinho via judicial. Ele (Lásaro) é desinformado e deturpa tudo. No Mineirão, os visitantes ficam num local específico, delimitado inclusive por barreira física. Sempre foi assim. O que o regulamento diz é que você deve vender para os visitantes ingressos com o mesmo valor de local equivalente para a torcida do mandante. E isso o Cruzeiro respeita e sempre respeitou”, defendeu-se o vice-presidente jurídico do clube celeste, Fabiano de Oliveira Costa.
Troca de farpas
Como tem se tornado praxe em semanas de clássico, as diretorias de Atlético e Cruzeiro trocaram farpas na quinta-feira (13). No início da tarde, o clube alvinegro divulgou uma nota em que faz menção a um cântico da torcida em provocação ao rival: “O Atlético aplaude mais uma vez a sua torcida, pelos tremores que sua presença causa”, lê-se.
O vice jurídico do Cruzeiro, por outro lado, disse que o processo no STJD se deve às condições financeiras do Atlético. “Eles não têm dinheiro para pagar. A gente ouve que eles têm grandes dificuldades financeiras e não têm condição de efetuar o pagamento. E outra, eles já cobraram valores muito superiores a esses para a torcida do Cruzeiro no Independência. A prerrogativa de preço e carga é do mandante, o regulamento é claro. Agora, se o Atlético não tem dinheiro, eu sinto muito. Sem pagamento, não tem ingresso. E não aceitamos cheque, só TED (Transferência Eletrônica Disponível)”, provocou