Um golpe que circula no WhatsApp há cinco dias prometendo camisas grátis de Lula e Bolsonaro capturou dados de 31.511 mineiros, conforme levantamento da Psafe, empresa especializada em segurança tecnológica.Em todo o Brasil, 258 mil pessoas clicaram no link que leva a um site desenvolvido para roubar informações pessoais. Com elas, os cybercriminosos podem aderir a financiamentos, abrir contas em bancos e até mesmo criar empresas.
Em Minas, 31 mil simpatizantes de Bolsonaro e 511 de Lula caíram na armadilha, segundo a empresa de monitoramento. Os números correspondem aos usuários que entraram no endereço eletrônico na expectativa de receber o brinde do candidato, mas ficaram a ver navios. [pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Farsa
De acordo com o diretor do laboratório da Psafe especializado em segurança, Emilio Simoni, os links enviados ao WhatsApp dos usuários levam a um site com modelos de camisetas aparentemente real.Para recebê-las em casa sem nenhum custo, a pessoa precisa preencher um formulário e, depois, encaminhar o link a dez amigos.
“Esse tipo de golpe prejudica muita gente, porque a própria vítima encaminha o link a outras pessoas sem saber que se trata de uma fraude. É um golpe muito comum em datas especiais, como eleição e blackfriday”, alerta Emilio Simoni.
Consequências
Com as informações das vítimas em mãos, os criminosos podem fazer o que bem entenderem, afirma o diretor Segurança Cibernética da Crowe Brasil, Fernando Flauto. [/TEXTO]“Eles podem criar documentos falsos no mercado negro e abrir contas em bancos, pedir cartões de crédito, contratar financiamentos. O mailing também pode ser vendido a outros criminosos”.
Um esquema desbaratado em Minas no início da semana dá a dimensão do lucro que pode ser obtido com as informações que caem nas mãos de bandidos. Segundo a Polícia Civil, R$ 160 milhões foram movimentados por uma só quadrilha em dois anos após a abertura de firmas fantasmas usando dados de empresários renomados.
Como evitar
Para não cair em golpes como os da camisa de candidato, Flauto destaca que é necessário ficar atento aos endereços eletrônicos antes de clicar neles. “Às vezes, o endereço parece certo, mas extensão é .ru, indicando que é um domínio russo, ou .mx, do México. Qualquer pessoa pode comprar domínios de outros países”, comenta.
Ele ressalta que os usuários devem ficar especialmente receosos ao clicar em links de bancos e promoções. “Em caso de dúvida, a pessoa deve ligar para o gerente do banco ou entrar no endereço eletrônico diretamente, sem clicar em link nenhum”, afirma.
A Polícia Civil está monitorando o caso e cogita abrir investigações devido à proporção tomada pelo golpe da camisa. “Nosso departamento tem como foco, principalmente, os casos maiores, como pedofilia e extorsões de valores acima de 100 salários mínimos. Mas esse golpe tem crescido muito nos últimos dias”, afirma o chefe da delegacia de Crimes Cibernéticos e Crimes Contra o Consumidor do Departamento de Fraudes, Felipe Carvalho.