Deutsche Welle
O Facebook revelou nesta sexta-feira (28/09) ter sofrido um ataque cibernético que afetou 50 milhões de usuários. A falha de segurança permitiu que hackers obtivessem informações particulares e assumissem o controle das contas atingidas.
Segundo o Facebook, os hackers exploraram uma vulnerabilidade no código da plataforma envolvendo uma função que deixa o usuário visualizar seu perfil como se fosse outra pessoa. Essa falha permitiu que eles roubassem os tokens de acesso que a rede social utiliza para manter os usuários logados. Com a posse desses tokens, os hackers puderam assumir o controle das contas.
Em comunicado, a empresa informou que seus engenheiros encontraram o “problema de segurança” na terça-feira passada, e que está tratando o assunto de forma “extremamente séria”, embora a investigação esteja ainda em sua fase inicial.
A rede social destacou ainda que tomou medidas para corrigir a falha de segurança. Para solucionar o problema, o Facebook redefiniu alguns logins, desconectando cerca de 90 milhões de perfis que utilizaram a ferramenta “ver como” no ano passado.
Os afetados pela ação da empresa para corrigir a falha deverão digitar novamente a senha para ter acesso à plataforma. O Facebook afirmou que uma mudança na senha não é necessária e disse que quem tiver problemas ao tentar fazer o login deve entrar em contato com a central de ajuda.
O fundador e presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, afirmou que o problema é sério e não sabe se os perfis afetados foram mal utilizados. A empresa também não sabe quem está por trás dos ataques.
“Embora esteja feliz por termos descoberto isso, fixado a vulnerabilidade e protegido as contas que estavam em risco, a realidade é que precisamos continuar desenvolvendo novas ferramentas para evitar que isso aconteça em primeiro lugar”, destacou Zuckerberg.
Esse é mais um contratempo para a maior rede social do mundo e os seus mais de 2 bilhões de usuários. Em março, a empresa passou por uma turbulência quando um escândalo do uso indevido de dados veio à tona.
Na época, a consultoria britânica Cambridge Analytica foi acusada de acessar informações de 87 milhões de usuários do Facebook no desenvolvimento de técnicas que beneficiaram a campanha eleitoral de Donald Trump em 2016.
O escândalo transformou o Facebook em alvo de investigações de autoridades reguladoras e promotores públicos dos Estados Unidos. Políticos americanos e europeus convocaram Zuckerberg a se explicar. A empresa ainda é alvo de críticas por, durante muito tempo, não ter feito nada para impedir a propagação de notícias falsas na rede social.
Com o novo problema, o preço das ações do Facebook caiu, fechando em um pouco acima dos 3% em relação ao mesmo horário de quinta-feira.