Com a praça do Centenário lotada em uma fresca noite de sábado (29), o prefeito Ronaldo Magalhães oficializou a reabertura do Museu de Itabira, que durante um ano recebeu uma reforma proporcional à sua importância histórica e cultural.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Após a palestra do romancista e ensaísta Rui Mourão, ex-diretor do gigante Museu da Inconfidência (Ouro Preto/MG), o prefeito e sua equipe deram início à solenidade de reinauguração, que também contou com a presença de Francisca Grunnupp, irmã de Elke Maravilha – titular da exposição em cartaz – e Maria do Carmo Bresser Fonseca, filha de Miguel Bresser – primeiro fotógrafo itabirano e homenageado com uma das salas do museu.
“Há mais de um ano estamos trabalhando para resgatar uma memória que estava deixada de lado e foi uma soma de esforços que possibilitou a entrega deste maravilhoso patrimônio à comunidade, que se sentia frustrada com um importante monumento fechado”, destacou José Don Carlos Alves Santos, secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Inovação e Turismo (SMDECTIT). Além disso, o secretário avaliou que a reabertura do Museu de Itabira irá contribuir para a economia do município. “Acima de tudo é um espaço que vai atrair turistas e mostra o nosso potencial para gerar emprego e renda”.
Para Ronaldo Magalhães, é obrigação da administração pública resguardar o patrimônio histórico-cultural da cidade. “Buscamos alternativas para reformá-lo e restaurá-lo. Eu, como prefeito de uma cidade com 300 anos de história, não podia deixar que tudo o que foi construído no passado, se perdesse no tempo”. O prefeito se referiu ainda a situação que o patrimônio foi encontrado no começo de sua gestão. “Quando tomamos posse (2017) o museu estava sem condição de reabrir, fechado há seis anos e com muitos danos, tanto na parte estrutural quanto no acervo. No entanto, a exemplo do meu primeiro mandato, quando restauramos a Casa de Drummond, reconstruímos a Fazenda do Pontal e inauguramos o Museu do Tropeiro, entendo ser a nossa obrigação deixar um legado para os jovens que chegam dar continuidade à história da cidade”.
Assim que assumiu, em janeiro do ano passado, a gestão Ronaldo Magalhães iniciou os trabalhos no Museu de Itabira começando pela organização do acervo, amontoado na parte inferior de prédio. Além da reforma em vários pontos de madeira, como janelas, esquadrias, e piso, da pintura geral e descupinização do local, uma parte estrutural também precisou ser recuperada – três pilares tinham graves avarias. O maior impacto, no entanto, foi no primeiro problema identificado na época: a troca aleatória do forro original saia-e-camisa do salão principal, por um de madeira comum, ação que descaracterizou o imóvel histórico.
Quase conterrânea
Com os problemas resolvidos, o museu foi reaberto com a exposição “Uma Maravilha Itabirana: Elke”, onde roupas, acessórios, objetos pessoais e fotos da artista estão expostos na parte superior do sobrado.
O acervo, cedido pela família de Elke Maravilha e com supervisão de sua irmã Francisca Grunnupp, chegou a Itabira por meio da ex-secretária de Turismo, Míriam Brandão (amiga da família e madrinha de Francisca) e inaugura a primeira exposição oficial da artista no Brasil. “A nossa família começou aqui e a nossa ligação com Itabira vai muito além deste plano. Depois de sua morte, resolvemos dar um sentido ao que ela fez e viveu”, justificou. Sobre as peças escolhidas, Francisca contou que os visitantes encontrarão a filosofia de Elke. “Ela nasceu na Rússia, poderia ter feito uma carreira internacional, mas escolheu o Brasil, ela se deu para este país e se interessava muito por história, principalmente a brasileira. Então, nesta exposição, as pessoas poderão apreciar e ver o que era o bom gosto da Elke, sua alegria e filosofia de vida. Tudo que ela quis transmitir, está lá (no museu)”.
A exposição ficará em Itabira até o início de janeiro, aberta ao público de terça a sexta-feira, das 9 às 18 horas; sábado, domingo e feriado, das 10h30 às 16h30. Durante a primeira semana, entre os dias 1’ e 7/10, Francisca Grunnupp guiará os visitantes para detalhar um pouco mais as histórias de cada peça.
Não acabou
Dando continuidade às ações para o turismo da região, Don Carlos anunciou a criação de um museu no Centro de Tradições, em Senhora do Carmo. O projeto, segundo ele, já está em andamento e conta com museólogo e restaurador. “Este trabalho já começou, está na parte arquitetônica e o objetivo é que o Centro de Tradições tenha uma atuação igual a do Museu do Tropeiro”, explicou o secretário. Ainda sobre patrimônio, a Prefeitura também está trabalhando na criação de “um receptivo na Serra dos Alves”. De acordo com Don Carlos, a localidade tem um importante viés turístico e, “por isso, queremos solidificar adequadamente esse instrumento para atrair ainda mais visitantes”.
Outro projeto da SMDECTIT é o Museu do Minério, mencionado na última quinta-feira (27), durante o bate-papo do prefeito Ronaldo Magalhães com representantes dos conselhos de Turismo, Cultura e Desenvolvimento Econômico, mas ainda em fase inicial. “Temos 26 projetos aprovados pelo Codecon (Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico do Município de Itabira), sendo 13 relacionados diretamente com o turismo. Para falar mais sobre este museu, que ainda está na fase descritiva, teremos uma reunião com a Vale em breve”, finalizou Don Carlos.