Às vésperas do vencimento do prazo para que os atingidos recorram à Justiça e quase três anos após a maior tragédia ambiental do país, o Ministério Público de Minas Gerais fechou acordo de indenização com a Samarco e suas controladoras, Vale e BHP Billinton, por meio da Fundação Renova. O tratado avançou na última reunião entre as partes, ocorrida no último dia 13, em Mariana.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Com a proposta, a polêmica matriz de danos da Renova seria extinta. Detalhado o documento relaciona 944 itens, avaliados abaixo do preço de mercado. O catálogo também não considerava bens comunitários (como igrejas e cemitérios), desvalorização de imóveis e perdas profissionais.
A homologação representa maior segurança para os moradores, mas também há receio quanto aos valores oferecidos pela Renova. “Se eles se basearem na matriz de danos apresentada anteriormente, vai ficar muito aquém do que desejamos”, afirmou o morador Mauro da Silva, presente à mesa de negociações em 13 de setembro.
Ainda segundo Silva, a proposta da Promotoria traz alívio por impedir a prescrição, mas não deixa claro o que realmente está sendo pago, já que não há uma avaliação item por item.
O acordo alcançado representa mais um avanço para os atingidos pelo tsunami de lama e rejeitos das gigantes da mineração. Entre advogados brasileiros, que fazem os primeiros com o grupo, há quem relate ter obtido estimativas de indenização até 40% superiores às previsões mais otimistas feitas nas demandas nos tribunais nacionais.