A estudante Maria Pennachin, de apenas 16 anos, criou um canudo biodegradável à base de inhame. [pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Ela desenvolveu o produto no laboratório da escola em que estuda, o Colégio Estadual Culto à Ciência, em Campinas, São Paulo.
O biocanudo pode ser descartado na natureza sem causar prejuízos para a fauna e flora, é maleável e comestível.
A proposta deu tão certo que a aluna vai apresentá-la em uma feira internacional em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos, em setembro de 2019.
Ela conta que o projeto partiu da recente discussão sobre o descarte de canudos de plástico na natureza e a proibição de sua circulação.
Maria diz que observava o inhame na culinária quando teve a ideia de aplicá-lo na área do bioplástico.
“Eu já era uma consumidora e só de observar na cozinha a ‘baba’ que ele solta, achei interessante. Quando comecei a trabalhar com bioplástico, [pensei em] acrescentá-lo, por ser pouco explorado nessa área”, disse ao G1.
“Me despertou muito [o interesse] quando começou a aparecer essa problemática. Quando vem uma proibição, precisa de uma alternativa. Então eu mesma quis ir atrás dela”, relata Maria.
Melhorias
O biocanudo não tem gosto de inhame, nem de nenhum outro ingrediente que vai na sua “massa”.
Além disso, ele não dissolve no líquido.
Mesmo assim, Maria, que frequenta o 2º ano do Ensino Médio, tem outras ideias para melhorar seu produto.
“Quero investigar e ir mais além na firmeza: fazer uma linha vegana, porque a gelatina [um dos ingredientes na composição] não atenderia esse público, e fazer uma coisa mais interessante para o público infantil”, diz a aluna.
Como
Para chegar na atual fórmula, Maria realizou uma série de testes e contou com a orientação de duas professoras: Aloísa Morreto e Cláudia Caniati.
Segundo a professora Aloísa, as disciplinas na escola que trabalham desenvolvimento de projetos são focadas no meio ambiente. “Esse ano, o tema sugerido foi a questão dos resíduos sólidos”, diz.
A aluna conta que, na fase de testes, usou diferentes ingredientes e, analisando os resultados, foi regulando a receita.
“Além do inhame, usei outros ingredientes nos testes. Inclusive coloquei vinagre. Nos que eu coloquei menos, teve o aparecimento do fungo. Fui regulando o tanto que precisava de cada ingrediente e obtive a massa final”, explica.
A primeira conquista do projeto foi o 1º lugar na edição deste ano da Feira Nordestina de Ciência e Tecnologia (Fenecit), na categoria meio ambiente. O ouro garantiu a Maria o credenciamento para representar o Brasil na feira dos Emirados Árabes.
“Nós estamos buscando patrocínio de quem possa colaborar e investir no projeto”, finaliza a professora Cláudia.
*Com informações G1