É até difícil de entender. Era preciso evoluir, e a seleção parecia saber disso. Na abertura da segunda fase do Mundial, em Nagóia, o Brasil abriu o jogo com dois sets animadores. Algo, porém, desandou. Quando tudo indicava um fim tranquilo, a Alemanha reagiu. E o que parecia ser apenas um susto se transformou em um caminho sem volta. Pelas mãos de uma incansável Lippmann, as rivais forçaram o tie-break e viraram o jogo: 3 sets a 2, parciais 14/25, 19/25, 32/30, 25/19 e 17/15.
A seleção volta à quadra na madrugada desta segunda, à 1h25m, contra o México. Na partida de abertura deste domingo, as mexicanas perderam para a Sérvia por 3 sets a 0, parciais 25/19, 25/17 e 25/15. O SporTV 2 transmite o confronto ao vivo.
Como trouxe a pontuação da etapa anterior, o Brasil, agora, soma 13 pontos no grupo E. A Alemanha tem 11, e a Sérvia segue à frente, agora com 18 pontos. Nos outros jogos do dia, a Holanda venceu Porto Rico por 3 sets a 0 (25/16, 25/15 e 25/20), e o Japão sofreu para bater a República Dominicana em 3 sets a 2 (25/17, 28/26, 22/25, 25/27 e 15/11). Confira a tabela e a classificação completa do Mundial feminino.
[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”left”]Lippmann foi o grande nome alemão na partida. A oposta, que já era apontada como principal arma ofensiva do time, terminou a partida com 36 pontos. Ao lado dela, Maren Brinker-Fromm foi o outro destaque na reação alemã, com 20 pontos. O Brasil, que fez um grande jogo até o terceiro set, teve em Tandara sua principal pontuadora, com 29 pontos – Gabi fechou com 19.
– Fizemos dois grandes sets, mas o time delas conseguiu fazer as ponteiras virarem, o que não estava acontecendo antes – disse Zé Roberto ao final do jogo.
Brasil se perde em quadra e permite reação
O treino no do dia anterior já indicava a opção de Zé Roberto. Com Roberta no lugar de Dani Lins, o técnico tentou dar uma regularidade maior ao seu ataque. Foi a Alemanha, porém, que largou na frente. Lippmann explorou o bloqueio brasileiro para abrir a contagem. Mas o Brasil logo assumiu a vantagem no placar. Em uma boa passagem pelo saque, Bia desmontou o passe alemão e fez a seleção abrir 4/1. As alemãs também sacavam bem. Com um ace, Lippmann fez o time europeu encostar no placar: 5/4. Foi por pouco tempo. O Brasil voltou a abrir diferença e chegou à primeira parada técnica em vantagem: 8/5.
Era, àquela altura, o melhor jogo do Brasil no Mundial. Em um belo contra-ataque, Tandara fez 9/5. Fernanda Garay, na sequência, ampliou com um ace. Quando o placar marcou 12/6 para as brasileiras, o técnico alemão Felix Koslowski parou o jogo pela primeira vez. O Brasil, porém, manteve o ritmo. À exceção de um ou outro erro, a seleção fez valer sua evolução. Natália furou o bloqueio alemão para fechar o set em 25/14.
A Alemanha, porém, quis reagir. Ao forçar o saque, conseguiu desarmar a defesa brasileira. A seleção de Zé Roberto também ajudou com erros que ainda não havia cometido nesta tarde. As alemãs abriram 7/2, viram as rivais encostarem, mas foram com o placar de 8/5 no primeiro tempo técnico. O Brasil logo passou à frente. Fernanda Garay soltou o braço pelo meio, sem defesa do outro lado.
A partir dali, tudo voltou a encaixar. Em quadra, as jogadoras seguiam à risca o pedido de Zé Roberto. Não havia bola perdida. Com volume de jogo, o Brasil se manteve melhor, ainda que as alemãs tenham voltado a encostar após erro de Roberta no saque (15/14). Nada que pudesse atrapalhar o caminho brasileiro. No erro de Fromm, 25/19 para as brasileiras.
O Brasil disparou no início do terceiro set. Queria dar fim logo à partida. Mas a Alemanha quis lutar. Aos poucos, encostou no placar. Pelas mãos de Lippmann, ficou a um ponto do empate. Zé Roberto parou o jogo. Quis esfriar a reação rival e conseguiu por um tempo. No fim, porém, as alemãs voltaram a crescer. Depois de um desafio, saíram de 23/20 e chegaram ao empate em 24/24. Lisa Grunding, pouco depois, conseguiu a virada. O jogo cresceu em tensão. O Brasil ainda salvou três set points, mas não evitou a queda no set: 32/20.
Gabi, com um ace, tentou afastar qualquer desânimo no início do quarto set. A Alemanha, porém, quis se manter firme e não deixou o Brasil disparar. Lippmann, pancada após pancada, confirmava o status de maior perigo do outro lado. As alemãs conseguiram passar à frente e chegaram à primeira parada técnica com 8/6 no placar.
O bloqueio, tão efetivo nos dois primeiros sets, já não aparecia tão bem. Algo também parecia ter desandado. No melhor rali do jogo, a bola de Gabi não passou da rede, e as alemãs abriram 11/7. Zé tentou mudar. Chamou Dani Lins e Rosamaria e, logo depois, mandou Adenízia à quadra. O Brasil ameaçou melhorar, mas as alemãs abriram 15/9. Apesar de todo o esforço, não houve quem parasse as europeias: 25/19.
O Brasil pareceu se recompor para o set final. Começou melhor o tie-break e abriu 3/1 de vantagem. As alemãs, porém, viraram após ataque para fora de Gabi e ace de Lippmann. Quando o placar apontou 6/3 para as rivais, Zé Roberto parou o jogo mais uma vez. Na marra, o Brasil quis buscar. Chegou ao empate com Tandara, em 9/9. O jogo seguiu tenso. Por duas vezes, as brasileiras conseguiram deixar tudo igual. Com 13/13, foi a vez de as alemãs pedirem tempo. O Brasil salvou quatro match points e Tandara ainda desperdiçou outro antes de Lippmann fechar com um ace chorado, com a bola tocando na fita e caindo no lado brasileiro: 17/15.