Em 09 de outubro de 1848, Itabira marcava o início de sua emancipação política, e de lá para cá a trajetória da cidade, desde então, já é bem conhecida: Itabira passou de uma cidade típica de interior para uma das maiores potências econômicas de Minas Gerais e do país. O problema é que, nos últimos anos, essa economia, baseada principalmente na extração de minério de ferro, entrou em crise e como se não bastasse passou a viver a ameaça de exaustão do seu mais importante produto natural (veja matéria), explorado desde 1942, ano em que nascia no município a extinta Companhia Vale do Rio Doce, agora Vale S/A. [pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Esse fato, associado a um caos administrativo gerado pelas últimas gestões que administraram a prefeitura, resultou em diversos problemas econômicos-sociais, que colocam difíceis desafios para Itabira nos próximos anos.
Um deles é fazer a cidade voltar a gerar empregos. Se no começo da década, Itabira ostentava o título de uma das cidades que mais empregava no Estado, no país, o município agora passou a ser um das campeões em desemprego. Segundo dados recentes divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foram fechados nos últimos cinco anos mais de 15 mil postos de trabalho, mas entidades locais, ligadas ao setor de mineração, apontam algo em torno de 25 mil trabalhadores fora do mercado.
Outro grande desafio está em impulsionar a diversificação econômica. A cidade busca projetos e investimentos em educação, ciência e tecnologia, com a implantação da Unifei, fomento ao turismo, e ações ao agronegócio.
Outros setores também merecem atenção, como o problema habitacional, que de acordo com dados do último Censo, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atinge hoje cerca de 5 mil famílias.
Todos esses problemas se agravam diante de relatórios da mineradora Vale, que prevê a exaustão das reservas de minério em até 10 anos (veja matéria). Em 2017 o município tinha uma dívida que ultrapassava o patamar de R$ 150 milhões.
Nas comemorações de seus 170 anos, e de olho no futuro, a cidade precisa de políticas públicas que levem ao desenvolvimento econômico e não somente ao crescimento econômico. Sem planejamento disto, a população pagará um preço muito alto.