A produção da indústria caiu em agosto em 6 dos 15 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na comparação com julho. É o que aponta o levantamento divulgado pelo instituto nesta terça-feira (09).
As maiores quedas foram registradas no Amazonas (-5,3%), Pará (-1,1%), Espírito Santo (-0,9%), São Paulo (-0,9%), Santa Catarina (-0,7%) e Rio de Janeiro (-0,3%). Já as maiores altas foram observadas no Mato Grosso (3,0%), Bahia (2,7%) e Pernambuco (2,6%).
Na média do país, a produção industrial brasileira caiu 0,3% em agosto frente ao mês anterior, conforme anteriormente divulgado pelo IBGE. No acumulado no ano, a indústria tem alta de 2,5%. Em 12 meses, houve perda de ritmo, passando de um avanço de 3,3% até julho para 3,1% até agosto.
No acumulado nos 8 primeiros meses do ano, frente a igual período de 2017, houve altas em 11 dos 15 locais pesquisados, com destaque para o avanço de dois dígitos no Amazonas (10,9%), Pará (9,2%), Pernambuco (5,6%), Santa Catarina (4,6%), Rio de Janeiro (4,5%), São Paulo (3,7%) e Rio Grande do Sul (3,7%).
Nesses locais, segundo o IBGE, o maior dinamismo foi puxado pela expansão na fabricação de bens de capital (em especial aqueles voltados para o setor de transportes, para construção e de uso misto); de bens intermediários (minérios de ferro, celulose, óleo diesel, naftas para petroquímica, querosenes de aviação, siderurgia, derivados da extração da soja, preparações em xarope para elaboração de bebidas para fins industriais, pneus, peças e acessórios para indústria automobilística, autopeças, embalagens e produtos de borracha e de material plástico); de bens de consumo duráveis (automóveis e eletrodomésticos da “linha marrom”); e de bens de consumo semi e não-duráveis (cervejas, chope, carnes de bovinos congeladas, frescas ou refrigeradas, álcool etílico, medicamentos e produtos de perfumaria, sabões, limpeza e de higiene pessoal).
As maiores quedas no acumulado no ano foram observadas em Goiás (-3,6%) e no Espírito Santo (-3,4%), pressionados, principalmente, pelo comportamento negativo vindo das atividades de produtos alimentícios (açúcar cristal, no primeiro local; e de produtos de minerais não-metálicos (granito talhado ou serrado – inclusive chapas – e cimentos) e celulose, papel e produtos de papel (celulose), no segundo.
Recuperação lenta
Com o desemprego elevado e a confiança dos empresários ainda baixa diante das incertezas em relação às eleições, o Brasil vem mostrando dificuldades em engrenar um ritmo forte de crescimento, com as empresas relutando em investir.
No segundo trimestre, a indústria registrou contração de 0,6%, contribuindo para que o Produto Interno Bruto (PIB) do país registrasse crescimento de apenas 0,2% sobre os três meses anteriores.
Após divulgação de alta de apenas 0,2% no PIB no 2º trimestre, analistas do mercado passaram a projetar um crescimento mais próximo a 1% em 2018. Segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, a expectativa do mercado é que a economia cresça 1,34% em 2018, menos da metade do que era esperado do começo do ano.