Boa notícia para o consumidor mineiro. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra de grãos, leguminosas e oleaginosas no Estado bateu o segundo recorde consecutivo com 14,168 milhões de toneladas, 0,6% superior ao registrado na colheita anterior. [pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
O economista e professor do IBMEC-MG, Felipe Leroy, afirma que “o aumento de produção do agronegócio mineiro representa maior oferta de alimentos e, consequentemente, preços em queda para o consumidor final”.
Na prática, os clientes de supermercados, sacolões e também dos açougues têm encontrado preços mais em conta, o que reduz o peso dessa despesa para as famílias.
Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) o preço dos produtos para consumo em casa caiu 1,80% entre julho e setembro. Esse percentual contribui para que a categoria Alimentos/Bebidas tenha um peso cada vez menor no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Abastecimento
O superintendente de Abastecimento e Economia Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), João Ricardo Albanez, confirma tendência de queda para legumes, verduras e também das carnes. “Como milho e soja são parte da ração dos animais, o custo de produção da pecuária deve cair, o que pode ser repassado para o preço final”, aponta.
Ele assegura, ainda, que a safra recorde do Estado garante o abastecimento do mercado interno até março de 2019, quando acontece a primeira temporada</CW> de colheita da safra 2018/2019. “Aumentos, se acontecerem, serão reflexo do crescimento da demanda das commodities agrícolas no exterior ou por alguma variação climática que saia da curva de previsibilidade”, destaca.
Extrato
Na safra mineira de 2017/2018, a colheita foi de 50% de milho, 39,1% de soja e 10,9% correspondem a feijão, arroz, algodão, mamona, girassol, trigo, sorgo, entre outros.
A soja está entre os três produtos mais exportados por Minas Gerais. Entre janeiro e setembro deste ano, o grão contribuiu com 8,8% do total de produtos negociados, principalmente para a China, que experimenta os efeitos práticos da guerra comercial travada com os Estados Unidos.
No mesmo período de 2017, esse percentual ficou em 4,7%. A expectativa para a safra 2018/2019, que começou em 1º de agosto, é que esse índice aumente ainda mais. Os dados são do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Com produtividade média de 60 quilos por hectare plantado, a soja tem recebido atenção especial dos produtores mineiros. A área cultivada aumentou 3,6% na safra 2017/2018, no comparativo com a anterior. Já a produção passou de 5,067 milhões de toneladas para 5,545 milhões de toneladas, na mesma base comparativa, o que corresponde a 9,4%.
Nacional
No Brasil, apesar da queda de 3,9% em relação à safra 2016/2017, quando o agronegócio atingiu o seu melhor resultado com 237 milhões de toneladas, a colheita deste ano foi de 228,3 milhões de toneladas, a segunda melhor da série nacional.
As variações climáticas que atingiram a região Sul na segunda fase da colheita, entre maio e julho, comprometeram a previsão inicial que era de mais um recorde.
Exceção à regra foi o mês de junho, quando os preços de alimentos tiveram alta de 2,41%
Apesar das quedas registradas entre julho e setembro, o mineiro ainda está pagando mais caro pela alimentação que em maio deste ano. O aumento sentido em junho foi pontual, após a greve dos caminhoneiros, foi pontual, porém, ainda não revertido.
“Os aumentos atípicos de 2,41% na categoria de Alimentos/Bebidas e de 3,60% no segmento de alimentação no domicílio ainda não foram totalmente revertidos”, afirma o coordenador da pesquisa mensal do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), Venâncio da Mata.
Apesar das baixas dos últimos meses, a categoria ainda acumula alta de 2,36% entre janeiro e setembro. Já o segmento de alimentação no domicílio registrou aumento de 2,77% no mesmo intervalo.
“A população ainda está pagando mais caro que em maio, mas temos observado que os preços estão se acomodando nos pós-greve dos caminhoneiros”, argumenta Venâncio da Mata.
Segundo o coordenador, em 2017, Alimentos/Bebidas fechou com queda de 4,05%, apesar do IPCA acumulado da RMBH ter ficado positivo em 2,03%. Já em 2016, a alta foi de 9,69%, enquanto o índice total ficou em 6,60%.
Variações
O diretor do site de pesquisas de preços Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, disse que as pesquisas realizadas pela instituição têm demonstrado que os alimentos que estão “na safra”geralmente têm preços mais baixos para o consumidor final. Ele ressalta que há vários fatores que podem puxar para cima ou para baixo os valores cobrados. Entre eles estão as variações climáticas que acontecem durante o ano.
Dessa forma, em tempos de seca, há produtos que ficam mais caros. O mesmo acontece na temporada de chuvas fortes”, explica.
Para fazer a melhor compra sem pesar o orçamento a receita é simples: pesquisa de preços. “Por mais que o tempo seja escasso, vale a pena percorrer o comércio antes de fazer a compra. Com essa prática, é possível compor a melhor cesta de produtos, sem prejuízo nutricional ou financeiro”, recomenda.