O Consórcio São Paulo Energia arrematou em leilão hoje (19) o controle acionário da Companhia Energética de São Paulo (Cesp). Em sessão pública ocorrida na B3, Bolsa de Valores de São Paulo, cada ação foi vendida por R$ 14,60, sendo que o preço inicial era de R$ 14,30. A privatização ocorreu sem que houvesse concorrência, pois somente uma proposta foi apresentada.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
A privatização permite a renovação da concessão, por 30 anos, da Usina de Porto Primavera, localizada no Rio Paraná, próximo à cidade de Rosana (SP), no Pontal do Paranapanema. A usina tem a barragem mais extensa do Brasil, com 1.540 megawatts (MW) de potência instalada.
A Cesp é sociedade de capital aberto, concessionária de serviço público de geração de energia elétrica no estado. A companhia foi constituída em 5 de dezembro de 1966, como Centrais Elétricas de São Paulo, a partir da fusão de 11 empresas de energia elétrica.
A companhia opera, no total, com três usinas hidrelétricas: Jaguari, Paraibuna e Porto Primavera. Juntas, somam 1.654,6 MW de capacidade instalada e 1.056,6 MW de garantia física de energia. Ao todo, são 18 unidades geradoras envolvidas na operação.
Guerra de liminares
Após o leilão, o governador de São Paulo, Márcio França, comemorou a decisão judicial que tornou nula liminar da Justiça Federal em Presidente Prudente que suspendia o processo de renovação do contrato da hidrelétrica de Porto Primavera, a principal da Cesp. “Enfrentamos uma situação tão dura, em meio a tantas polêmicas e conseguimos chegar aqui hoje e trazer confianças dos investidores em São Paulo”, declarou.
Embora a decisão judicial que foi derrubada não impedisse a privatização da companhia, poderia desestimular os investidores. A ação foi movida por moradores do município de Rosana, onde fica a sede da hidrelétrica, sendo, portanto, os mais impactados por ela.
França, que disputa o governo estadual no segundo turno, defendeu a privatização, destacando que cabe ao estado atuar em áreas como saúde, educação e segurança pública. “É possível ter uma forma de fazer equilíbrio fiscal, deixando as coisas essenciais para que o governo faça, produzindo educação e saúde de qualidade. E tem tarefas que não são nossas”, disse, apontando áreas como rodovias e energia.
Vencedores
O Consórcio São Paulo Energia, vencedor do leilão, é formado pela empresa Votorantim Energia e pelo fundo de pensão canadense Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB). O presidente da Votorantim Energia, Fábio Zanfelice, optou por não detalhar a estratégia a ser seguida pela empresa. “Assinado o contrato, a gente começa a divulgar. A gente não gostaria de divulgar até que tenhamos todas as aprovações feitas”, declarou.
Em relação ao diálogo com a comunidade do entorno do Porto Primavera, no município de Rosana, Zanfelice disse que a empresa pretende fazer contato com todos os envolvidos. “A gente está muito tranquilo em relação a isso. A Votorantim tem uma longa experiência tanto em comunidade, como meio ambiente”, apontou.