O encontro de Bruno com as mulheres foi todo planejado. Em conversas de WhatsApp, o goleiro faz contato com uma jovem que havia lhe enviado uma carta. “Quando puder me chame. Bruno”, disse ele ao iniciar a conversa. “Bom dia. Qual Bruno?”, questiona a mulher. “Você deixou seu número no bilhete. Na carta q (sic.) que você mandou ler depois”, completou o atleta. “Não acredito. Como você está?”, diz surpresa a jovem.
As conversas por meio de aplicativos continuam entre os dois. Bruno propõe à jovem um encontro na área de lazer que fica ao lado da Apac. O goleiro pede para ela levar uma amiga para um colega dele. O convite é aceito. “Tem um bar do lado do campo para baixo da Apac. Pode parar lá, entendeu? É associação. É a sede do Canaã”, diz Bruno, em um áudio enviado à garota. “Então, quando chegar perto da coleção, aqui na Apac, passa um zap neste número aqui, que vou estar com ele na mão. Eu te oriento. Antes de você chegar na (sic) Apac, que eu te oriento. Tá bom?”, combinou, em outro. “Está todo mundo animado aqui, hein!? Os meninos… não fura não. Tá ligado, né?”, finalizou em um terceiro.
Por volta das 14h, a reportagem da TV Alterosa de Varginha foi até o clube e flagrou o goleiro Bruno com mulheres em uma mesa, onde havia uma lata de cerveja. O empreiteiro responsável pela obra onde o atleta devia prestar serviço não estava no local. Ao ser questionado sobre a expectativa para sair para o regime semiaberto, ele disse que não poderia falar. As mulheres que estavam com ele saíram e foram para o banheiro.
Progressão de regime. A confirmação do uso de celular por parte de Bruno pode dificultar a conquista de um benefício da Justiça. Em 11 de outubro, o advogado dele entrou com um pedido para que o atleta cumpra a pena em regime semiaberto. A solicitação foi feita depois de uma atualização da pena do goleiro, levando em consideração a remição de 24 dias, diante de serviços prestados na Apac. Foram 74 dias trabalhados no local, segundo o TJMG.
O pedido feito pelo advogado de Bruno foi encaminhado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). O órgão, segundo o TJMG, recomendou um exame criminológico para saber se o goleiro está apto a ser reinserido na sociedade. O parecer da promotoria foi enviado para o juiz Tarcísio Moreira, da Comarca de Varginha, que não tem prazo para a decisão.