A chegada da temporada de chuva associada às altas temperaturas deixa Minas em alerta contra o Aedes aegypti, vetor da dengue, zika e chikungunya. Não bastasse o ambiente propício para a proliferação do mosquito causador das doenças, um vírus que estava com baixa circulação no Estado desde 2010 voltou a atacar, preocupando ainda mais as autoridades.
De janeiro até 8 de outubro, mais de 24 mil casos de dengue e oito óbitos foram registrados no território mineiro. O número de mortes pode crescer, uma vez que outras dez são investigadas.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
O temor pelo salto na quantidade de doentes é reforçado por conta da reintrodução do sorotipo 2 da dengue. Com contato reduzido com o vírus nos últimos oito anos, a população fica mais suscetível à contaminação.
“Não conseguimos prever como será este novo ciclo, mas vimos um aumento nos casos em algumas regiões e o índice de infestação está elevado em muitos municípios”, explica Márcia Ooteman, coordenadora do Programa Estadual de Controle das Doenças Transmitidas pelo Aedes aegypti.
Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) apontam Mamonas, no Norte de Minas, com a situação mais crítica. A região Leste também preocupa, principalmente Coronel Fabriciano e Governador Valadares.
Ações
Ampliar o funcionamento dos postos de saúde e o acesso a exames clínicos, nas cidades, são propostas avaliadas para minimizar os efeitos de um possível surto. A ideia é que as unidades sejam abertas 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana.
Além disso, a SES recomendou às prefeituras a revisão dos planos de enfrentamento das doenças. “São ações rotineiras de vistorias nas casas seis vezes por ano e identificação do sorotipo em circulação, além da assistência aos pacientes com exames clínicos”, frisou Márcia Ooteman.
Secretário-adjunto de Promoção e Vigilância em Saúde de BH, Fabiano Pimenta garante que a metrópole reforçou o número de agentes para o combate ao vetor. Atualmente, 1.300 pessoas fazem trabalhos junto aos moradores. Barreiro, Oeste e Venda Nova são as regiões que mais preocupam, segundo ele.
Além disso, se houver necessidade, o gestor não descarta o funcionamento dos centros de saúde 24 horas por dia e também aos sábados e domingos. “Temos tomado providências, principalmente porque o tipo 2 da dengue está em circulação, e mais pessoas podem ser contaminadas facilmente”.
Fabiano Pimenta ressalta que a população também tem responsabilidade para evitar a transmissão. “Eliminando criadouros que acumulem água parada e que podem ajudar na proliferação do mosquito”, destacou.