Com o aval de 6.963.806 eleitores de Minas Gerais, o empresário Romeu Zema (Novo) assume em primeiro de janeiro o Palácio da Liberdade. Com 100% das urnas apuradas, o mineiro de Araxá, no Triângulo, derrotou o senador Antonio Anastasia (PSDB), escolhido por 2.734.452 pessoas que foram ontem às urnas. Em votos válidos, o placar foi de 71,8% a 28,2%. Depois de passar a campanha admitindo que não conhece os detalhes da administração pública, a partir de hoje seus assessores começam a discutir a formação da equipe de transição – que terá 60 dias para se inteirar da real situação do estado.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Os nomes que comporão a equipe serão divulgados ao longo da semana. A coordenação do grupo ficará a cargo do vereador Mateus Simões (Novo), sob a consultoria do ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco – que auxiliou o candidato na formatação da área econômica do plano de governo. Além de buscar dados no governo mineiro e no Tribunal de Contas do Estado (TCE), a equipe de transição ainda será o espaço de discussão para a escolha do secretariado do governo Romeu Zema, que ele promete será composto integralmente por técnicos escolhidos na iniciativa privada.
Romeu Zema afirmou temer que a situação de Minas Gerais seja ainda pior que o cenário divulgado pelo governo. A previsão de déficit do estado para 2019 é de R$ 11,4 bilhões. “Tenho dito sempre nas minhas falas que o estado está falido, é um doente terminal, e precisa de medidas urgentes. Os professores recebendo atrasado, os militares a mesma coisa, os pensionistas do estado também, as prefeituras sem repasses. Então isso tudo demanda medidas urgentes. Não dá para ficar esperando, caso contrário a situação vai se agravar”, afirmou.
De acordo com Zema, ainda hoje sua equipe entrará em contato com o governo de Fernando Pimentel (PT) e o TCE em busca de informações sobre Minas Gerais. Outra frente vai buscar com a União uma renegociação da dívida de Minas. Segundo ele, técnicos de sua campanha já tiveram uma primeira reunião com representantes do Ministério da Fazenda em Brasília. Agora, na condição de eleito, o empresário quer participar da conversa.
Único governador do partido Novo, Romeu Zema afirmou que quer transformar sua gestão em uma vitrine para a legenda e o país, baseada no corte de gastos e de cargos comissionados e marcada pela transparência no uso do dinheiro público. O governador eleito ainda fez um apelo para que a Assembleia Legislativa o ajude na gestão. O Partido Novo elegeu três deputados estaduais e não fez coligação com outras legendas, o que torna a base do governo no Legislativo, a princípio, frágil. “Eu quero uma Assembleia que trabalhe ao meu lado, que vote conscientemente, e que vote a favor dos mineiros. Eu estou aqui para representá-los e a Assembleia também precisa estar”, disse Zema.
Ele repetiu que o governo não virará um “balcão de negócios” com “alguém votando a favor dos mineiros somente porque vai ter um benefício pessoal” e que não chamará nenhum parlamentar para compor o secretariado. “Sempre fui uma pessoa extremamente acessível e aberta ao diálogo. Vou governar escutando as pessoas, a Assembleia Legislativa, o Judiciário. Não me considero o dono da verdade, um herói, nem o salvador da pátria”, disse.
Zema informou ainda que conversou com o senador Antonio Anastasia após a divulgação do resultado do segundo turno e ouviu dele que estará à disposição de Minas no Senado. O mandato do tucano termina em fevereiro de 2023. Questionado sobre a vitória de Jair Bolsonaro (PSL) na disputa pela Presidência da República, o futuro governador afirmou que foi “altamente positiva”, especialmente pelo fato de ter derrotado o PT. “Lembrando também que o projeto do partido do Bolsonaro em muito coincide com aquilo que nós queremos, que é um governo mais enxuto, que é mais liberdade para empreender, mais liberdade para o cidadão”.