Vinte e dois bairros de Itabira estão em situação de risco de surto de dengue, zika e chikungunya. É o que indica o novo Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (Liraa), realizado entre os dias 15 e 19 deste mês, em todo o município. Isso significa que foram encontradas, nessas localidades, altos índices de larvas do mosquito.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
O índice médio de infestação da cidade ficou em 2,8% – o mais alto já atingido no mês de outubro, desde o início da amostragem, em 2008. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), os índices inferiores a 1% são considerados satisfatórios; de 1% a 3,9%, significam situação de alerta; e índices superiores a 4% representam risco de surto. Segundo o Liraa, a situação é séria em grande parte dos bairros itabiranos, nos quais a pesquisa aponta infestação superior a 1%. No entanto, o cenário mais alarmante é no bairro Ribeira de Cima, onde o levantamento apontou um índice de infestação de 16,6%.
Também correm risco de surto os bairros Chapada (15,3%), João XXIII (13,94%), Machado (13,6%), Vila São Geraldo (11,11%), Área Verde (8,33%), Colina da Praia 3 (8,33%), Clóvis Alvim I (7,14%), Bairro de Fátima (7,14%), Estação Rodoviária (6,66%), Bela Vista (6,55%), Alto Boa Vista (6,25%), Pedreira (6,12%), Praia (5,76%), Campestre (5,55%), Santa Marta (5,26%), Valença (5%), Amazonas (5%), Caminho Novo (4,87%), Bálsamos (4,7%), Penha (4,34%) e Fênix (4,08%). Já os bairros Santa Ruth (3,57%), Santa Tereza (3,57%), Areão (3,33%), Colina da Praia (2,94%), Major Lage (2,77%), Bethânia (2,27%), Nossa Senhora das Oliveiras (1,88%) e Jardim Gabiroba (1,54%) estão em situação de alerta.
De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde, Thereza Cristina Oliveira Andrade Horta, o levantamento foi realizado em todos os bairros de Itabira. Não foram identificados focos nas regiões não citadas. No total, 1718 domicílios foram investigados. “Estamos intensificando as ações de tratamento focal e educação sanitária junto à população. Este trabalho conta com a parceria dos agentes comunitários de Endemias (ACE) e de Saúde (ACS)”, disse.
Criadouros do Aedes aegypti
O último Liraa também mensurou a situação dos criadouros do Aedes aegypti no município, concluindo que os focos domiciliares foram os maiores responsáveis pelo aumento do índice médio de infestação.
O percentual de casos encontrados em depósitos de água potável – tonel, tambor, barril, depósitos de barro (filtros moringas, potes), cisternas e captação de água em poço – foi alarmante: 35,8%. A investigação em depósitos móveis (vasos/ frascos com água, pratos com plantas, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral e materiais em depósito de construção, por exemplo) apontou um índice de 28,3%. Em recipientes plásticos, garrafas, latas, sucatas e entulhos de construção, o índice mensurado foi de 13,2%. Já em depósitos fixos – borracharias, hortas, calhas, sanitários sem uso, piscinas não tratadas, fontes ornamentais, floreiras de cemitério, cacos de vidro em muros e toldos – foram achados 11,3% de berçários do mosquito.
Os menores percentuais de criadouros do Aedes aegypti foram encontrados em depósitos de água localizados em locais elevados, como caixas d’água, tambores e depósitos de alvenaria (5,7%); e pneus e outros materiais rodantes, como câmaras de ar (5,7%). Para Thereza Andrade, o grande problema da dengue acontece neste período de chuvas e no verão.
“Estamos entrando no período quente e chuvoso e o acúmulo de água em recipientes diversos e inservíveis aumentam significativamente, além do ciclo de evolução do mosquito da fase de ovo até atingir a fase de alado tornar-se reduzido. Com isso, a população de vetores tende a aumentar e os riscos das arboviroses proliferar. Portanto, a população deve permanecer alerta para identificar, eliminar os focos e ficar atenta aos primeiros sintomas da doença para procurar a unidade de saúde mais próxima”, explicou a superintendente.
Saiba mais
De acordo com o levantamento de casos notificados em 2018, realizado até a última sexta-feira (26), Itabira possui 509 casos classificados, sendo:
28 positivos para dengue;
3 indeterminados para dengue;
371 negativos para dengue;
105 descartados/ não classificados para dengue;
2 positivos para chikungunya.