Pesquisadores brasileiros da USP de Ribeirão Preto conseguiram bloquear o ataque de asma em cobaias.
Eles aumentaram a quantidade de uma proteína, chamada IL-9, que bloqueou os linfócitos T CD4, os responsáveis pela produção da citocina, que provoca o início e a progressão da asma alérgica.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
“O que atualmente se administra em pessoas com alergia, ou asma brônquica, são medicamentos como anti-histamínicos, broncodilatadores e corticoides, que inibem sintomas da doença, além de inibir a resposta celular, incluindo a dos linfócitos TH2. No entanto, as células TH2 levam à produção de substâncias responsáveis pela sintomatologia; então o tratamento é só de sintomas como coriza, dificuldade de respirar, entre outros.”
Palavras do professor João Santana da Silva, da USP de Ribeirão.
“O que nós descobrimos é que, se forem bloqueados outros linfócitos T, os TH9, a doença vai ter uma resolução efetiva, bloqueando inclusive a produção de substâncias que causam os sintomas”, concluiu.
Experimentos
Os experimentos permitiram confirmar que, quando o gene Blimp-1 é superexpresso, há um aumento da proteína que ele produz. Ela bloqueia a ação dos linfócitos que produzem a citocina IL-9, que causa a inflamação alérgica das vias aéreas.
Quando a IL-9 é bloqueada a resposta alérgica diminui e, consequentemente, a evolução da doença.
O remédio
Agora que se sabe como a doença pode ser interrompida em cultura de células e em animais, o próximo passo é desenvolver um medicamento que controle a expressão da proteína, testando-o em modelos experimentais e em humanos.
“A descoberta mais importante é a de uma nova função de um fator de transcrição que já era conhecido, mas que agora sabemos que é capaz também de inibir a diferenciação dos linfócitos T produtores de IL-9. Isso abre uma perspectiva para estudar várias doenças em que as células TH9 estão envolvidas,” disse Luciana Benevides, pesquisadora responsável pela descoberta.
Por isso, a equipe pretende fazer um fármaco que possa induzir a expressão do Blimp-1 para controlar as células TH9, e então testá-lo não apenas para a asma, mas também em outras doenças.
Em tipos de câncer como o melanoma, ensaios preliminares mostraram que, quando há uma diminuição da expressão do Blimp-1, o aumento resultante do TH9 proporciona uma diminuição do tumor.
Por isso, um eventual medicamento contra o câncer advindo desta linha de pesquisa inibiria a expressão do Blimp-1, enquanto para asma e doenças autoimunes ele deve aumentar essa expressão.
“Estamos testando o papel na regulação de células TH9 em outros modelos experimentais, como em tumores, mais ainda é cedo para tirar qualquer conclusão,” disse Luciana.