A cantora Daniela Mercury acionou a Justiça com uma queixa contra o deputado estadual da Bahia pastor sargento Isidório após o parlamentar ter publicado um vídeo com injúrias contra a artista. Nas imagens, ele se dirige à cantora, que havia criticado na mesma semana a censura a uma peça em que Jesus seria interpretado por uma atriz trans, chamando Daniela de “escrava de satanás“, “puta“, “endemoniada“, entre outros xingamentos. [pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Os advogados da artista entraram com o pedido para condenação do parlamentar no dia 31 de outubro, e divulgaram a iniciativa nesta segunda-feira (5/11). No pedido, a cantora diz que o vídeo, que foi publicado pelo parlamentar em sua página no Facebook e atingiu milhares de visualizações, contém “afirmações falsas e agressões absurdas“.
Durante o Festival de Inverno de Garanhuns, em 21 de julho, a cantora criticou no palco a censura à peça. “Já que a gente tá falando de amor, me choca profundamente que os políticos desse país censurem uma peça de teatro, que censurem uma exposição de arte de grandes artistas. É de uma petulância absurda!”.
Os advogados levaram à Justiça uma gravação desse discurso e sustentam que não houve ofensa a nenhuma religião, como o pastor dá a entender, assim como não houve xingamentos a Jesus, nem atribuição sobre a sua sexualidade. “Daniela não diz que Jesus é travesti”, reforça a nota da equipe da cantora.
A artista diz que após a publicação do vídeo do parlamentar, que foi eleito deputado federal nas eleições deste ano pelo Avante, outras notícias falsas foram espalhadas sobre o seu posicionamento. “A partir do vídeo do deputado, onde há claramente o crime de injúria, com aumento de pena por ter se utilizado de meio que facilitou a propagação da ofensa (a internet), outras centenas de milhares de fake news envolvendo Daniela surgiram e até hoje são motivo de agressão à artista nas redes sociais, com ameaças de cancelamento de shows e pedidos de explicação à produção da artista”, reforçou a equipe da cantora.
O caso aguarda julgamento. A reportagem não conseguiu contatar o pastor na noite de segunda-feira (5/11). O espaço está aberto para manifestação.