O departamento encarregado da censura nas redes na China, a Administração do Ciberespaço (CAC), anunciou a suspensão de mais de 9.800 contas em redes sociais por considerar que publicavam informações que situavam-se fora dos marcos legais estabelecidos.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Esta campanha de “limpeza e retificação de uma série de fenômenos incontrolados” começou no último dia 20 de outubro, explicou a CAC em comunicado emitido ontem à noite.
O órgão censor acusou populares plataformas sociais como WeChat – o equivalente chinês do WhatsApp, propriedade do gigante tecnológico Tencent – e Sina Weibo – o Twitter chinês – de “falta de responsabilidade, gestão negligente e tolerância diante da proliferação selvagem” destes tipos de contas.
Segundo o documento, alguns destes usuários “propagavam informação política danosa, alteravam maliciosamente a história do Partido e do país, caluniavam heróis e desacreditavam a imagem do país”.
“Outros criavam rumores, disseminavam informações falsas e perturbavam a ordem social normal”, acrescentou.
A CAC também indicou que algumas destas contas publicavam pornografia, “desafiavam a moralidade”, extorquiam outros usuários ou infringiam os direitos de propriedade intelectual, entre outras acusações.
Após reunir-se com os funcionários da censura cibernética, diretores das citadas redes sociais afirmaram que supervisionariam a opinião pública e que “retificariam e administrariam de maneira estrita” suas plataformas.
Por último, a CAC pediu no seu comunicado que “toda a sociedade participe da limpeza e no desenvolvimento ordenado da mídia”, e agradeceu a colaboração dos que denunciaram “a informação ilegal e danosa” para “manter a ordem da comunicação em rede” e garantir um “ciberespaço limpo, positivo, saudável e ordenado”.
Em maio de 2017, o governo chinês anunciou medidas para estreitar o controle sobre os meios de comunicação, como a imposição de editores-chefes e redações aprovadas pelas autoridades comunistas em todos os sites de informação do país.
Desde então, os meios de comunicação também devem “seguir a linha do Partido Comunista” e cumprir determinadas medidas de “emergência” que o regime impõe diante de alguns eventos, como por exemplo, permitir apenas a publicação de informação proveniente de veículos oficiais em relação a desastres naturais ou outros assuntos sensíveis.
A China é o país com mais internautas do mundo (cerca de 700 milhões), mas, ao mesmo tempo, um dos que exercem maior controle nos conteúdos, como mostra o fato de que populares sites como Google, Facebook, Twitter e YouTube estão bloqueados no país há anos.