Agência Brasil
Após 14 horas de debates, o Senado argentino aprovou na madrugada de hoje (15) o orçamento de 2019, que prevê zerar o déficit fiscal no ano que vem – promessa feita pelo governo do presidente Mauricio Macri ao Fundo Monetário Internacional (FMI), em troca de uma linha de credito stand-by de US$ 56,3 bilhões. [pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
O dinheiro será liberado aos poucos, na medida em que o país cumpra as metas estabelecidas e, uma das principais, gaste apenas o que arrecada.
O orçamento, já aprovado pela Câmara dos Deputados, foi ratificado no Senado por 45 votos favoráveis, 24 contra e uma abstenção. Segundo o ministro da Fazenda, Nicolas Dujovne, a Argentina jamais fez “um ajuste dessa magnitude, sem que o governo caia”. Os cortes aprovados serão aplicados em 2019, justamente no ano em que o pais realiza eleições gerais e que Macri disputa a reeleição.
A Argentina se viu obrigada a buscar apoio do FMI, pela primeira vez em 13 anos, para fazer frente a duas corridas cambiais, em maio e agosto.
Desde o inicio do ano, o peso argentino perdeu metade de seu valor e a economia está encolhendo. Partidos opositores, organizações sociais e sindicatos protestaram contra a aprovação do orçamento de 2019.
“O governo endividou o pais, os preços aumentam a cada dia e os salários não acompanham”, disse a Agência Brasil Juan Carlos Etcheverry, professor de matemática. “Macri assumiu prometendo atrair investimentos e combater a pobreza, mas um terço dos argentinos continua sendo pobre, criticou Etchverry.
O senador Julio Cobos, da União Cívica Radical (UCR), aliado do governo, admitiu que o nível de pobreza não abaixou, mas, segundo ele, a Argentina não tem outra opção a não ser cortar gastos se quiser romper o ciclo histórico de inflação alta.
“A ultima vez que a Argentina teve uma inflação anual de um digito foi em 2004”, lembrou Cobos. “Nossa inflação é altíssima, comparada aos países vizinhos: Brasil, Chile e Paraguai. Dessa forma, jamais atrairemos investimentos.”
Para Julio Cobos, Macri teve a coragem de parar de imprimir moeda e fazer um ajuste necessário, apesar de 2019 ser um ano de campanha eleitoral.