Integrantes da equipe de transição do governo Romeu Zema (Novo) farão uma vistoria nesta sexta-feira nas dependências do Palácio Tiradentes, que faz parte da Cidade Administrativa. O prédio que abrigava o gabinete do governador Fernando Pimentel (PT) está desativado desde abril, quando a estrutura foi transferida para o Palácio da Liberdade – sede do governo mineiro até março de 2010, quando o complexo foi inaugurado, durante a gestão de Aécio Neves (PSDB).
De acordo com o vereador Mateus Simões (Novo), coordenador da equipe de transição, o objetivo é verificar as condições do prédio e preparar a estrutura mobiliária para que Romeu Zema passe a despachar do Palácio Tiradentes ainda em janeiro.
“Será uma primeira vistoria para que o palácio volte a funcionar, para entendermos o que está funcionando. O governador vai desativar tudo que está fora da Cidade Administrativa”, justificou.
A desativação do Palácio Tiradentes foi uma decisão de Fernando Pimentel com a alegação que a medida iria reduzir em pelo menos 40% os gastos com “insumos diversos, manutenção rotineira e consumo de água e energia elétrica”.
Segundo o governo estadual o Tiradentes gerava uma despesa anual de cerca de R$ 5 milhões. O prédio abrigava o gabinete do governador e militar – que foram transferidos para a antiga sede na Praça da Liberdade – e a vice-governadoria (transferida para a sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais, o BDMG).
A mudança envolveu ainda cerca de 150 servidores das secretarias de estado de Governo (Segov), da Casa Civil e de Relações Institucionais e da Secretaria Geral de Governo, que foram transferidos para os outros prédios do complexo, o Minas e o Gerais.
O Tiradentes também abrigava os setores de cerimonial e assessoria de imprensa do governador, transferidos para o Palácio da Liberdade.
O prédio, projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, é considerado o maior prédio de concreto suspenso do mundo com são 147 metros de comprimento e 26 metros de largura em vão livre, capaz de suportar 34 mil toneladas.
Para ter uma ideia, o prédio do Museu de Arte de São Paulo (Masp), projetado pela italiana Lina Bo Bardi e considerado uma das obras que mais desafiam a engenharia, tem 74 metros de comprimento em vão livre.
“O prédio é tão inútil que não tem nem mercado para ele. O melhor é ficar fechado para economizar em manutenção”, afirmou em fevereiro o secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães. Como não houve proposta para alugar o imóvel, ele está trancado, sem nenhum uso ou destinação.