Agência Estado
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, realizou nesta segunda-feira, (26) na Câmara dos Comuns em Londres uma defesa do acordo fechado por ela para a saída do país da União Europeia, o chamado Brexit. De acordo com May, os deputados precisam avalizar o texto, ou rejeitá-lo e “voltar à estaca zero” no diálogo com Bruxelas. Ela comentou que, como é natural numa negociação, os dois lados tiveram de ceder e nenhuma das partes está totalmente feliz com o resultado, mas argumentou que “não há alternativa”.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Neste fim de semana, os líderes da UE concordaram com o acordo fechado com o governo britânico, ressaltando que não haverá outra oferta com condições melhores. Agora, May precisa do aval dos legisladores para levar sua estratégia adiante. O líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, porém, qualificou as negociações como “um fracasso” e argumentou que o acordo deixará o país “bem pior”, com menos crescimento econômico. Além disso, vários deputados mostraram temer o risco de que ainda se materialize mais adiante uma “fronteira dura” entre a Irlanda e a Irlanda do Norte.
O Reino Unido deve deixar o bloco em 29 de março de 2019, mas haverá a partir daí um período de transição. May argumentou que isso será crucial para garantir uma transição “suave o ordenado”, inclusive dando segurança às empresas. Não está fechado quanto isso poderia levar e as partes apontam que poderia haver uma extensão no prazo de até dois anos a partir de 2021. Caso ocorra um impasse adiante, pode ser pedida uma revisão ou mesmo arbitragem, comentou a líder.
May afirmou no Legislativo que, com o acordo, o país poderá retomar o controle de suas leis e de seu orçamento, bem como buscar acordos para criar uma “nova área de livre comércio”. Também argumentou que o país almejará fechar contratos com “as economias que mais crescem no mundo”, sem citar nomes.
A premiê ainda comentou a questão de Gibraltar. A Espanha queria que o acordo com o Brexit incluísse normas para as relações com Gibraltar, mas o governo May insistiu em não fazer mudanças no texto, deixando esse assunto para negociações bilaterais com Madri. Segundo ela, a administração espanhola não conseguiu, portanto, as alterações que queria no acordo com a UE.
Corbyn, o líder da oposição trabalhista, recomendou a rejeição do acordo. Segundo ele, com o modelo atual, em junho de 2020 o Reino Unido terá de estender o período de transição ou aceitar uma fronteira dura nas Irlandas. Corbyn afirmou que a premiê deveria preparar um plano B, para o caso de a versão atual ser rejeitada no Legislativo.