O governador eleito Romeu Zema (Novo) volta ao país nesta semana – depois de uma pequena temporada no Reino Unido, onde fez curso na área de gestão e de educação pública na Universidade de Oxford – com o plano de escalar o secretariado que comandará o governo de Minas a partir de janeiro. O empresário deve concluir a formação de sua equipe até o final da semana e, a partir do dia 11, fará reuniões setoriais da equipe de transição do futuro governo com a atual administração. A expectativa é de que nos próximos dias seja concluído também o diagnóstico geral sobre a situação financeira de Minas Gerais que vem sendo elaborado pelo grupo de transição.
Até agora, o governador eleito anunciou dois secretários de seu governo. Os primeiros nomes divulgados por Zema foram o do contador Gustavo Barbosa, que assumirá a Secretaria de Estado da Fazenda, e o do engenheiro Otto Alexandre Levy Reis, que ficará à frente da de Planejamento e Gestão. As duas pastas são consideradas estratégicas para a área econômica, que terá como desafio tirar o estado da grave crise fiscal.
Durante a campanha eleitoral, o empresário afirmou que sua gestão terá como marca a redução drástica da máquina pública. Zema prometeu reduzir o número de secretarias das atuais 21 pastas para apenas nove. No entanto, o número final pode chegar a 10 ou 11 secretarias, o que ainda está sendo discutido pelo futuro governador.
O grande número de cargos comissionados no governo estadual foi identificado pela equipe de transição como um dos graves problemas da gestão atual, que teria cerca de 4 mil postos de indicação. Zema espera reduzir o número de indicados para cerca de 800 pessoas. Integrantes do governo de Minas dizem que o gasto com os indicados não é significativo em relação às despesas totais do estado.
Nas últimas semanas, a equipe de transição de Romeu Zema e secretários do governo atual trocaram críticas sobre dados do estado. O valor total do déficit orçamentário, por exemplo, foi motivo de embate entre os dois grupos. A equipe do novo governo avaliou que o rombo pode chegar a R$ 20 bilhões, montante que seria quase o dobro do valor que está previsto na lei orçamentária de 2019, de R$ 11,4 bilhões.
Integrantes do grupo de transição reclamaram também da falta de informações detalhadas nos relatórios que estão sendo repassados pelo atual governo. Na semana passada, o governo de Minas lançou um site – www.mg.gov.br/conteudo/transicao/transicao-governamental – com os dados de cada área, mas o coordenador da transição, vereador licenciado Mateus Simões (Novo), avaliou que as informações são as mesmas que já estavam disponíveis no Portal de Transparência. As secretarias se colocaram à disposição do novo governo para esclarecer as dúvidas sobre os dados a partir da próxima semana, quando as equipes vão começar a ser reunir – já com os futuros secretários escolhidos.