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Mais de dois meses após o primeiro turno das eleições para governador, cerca de 30 pessoas que trabalharam na campanha de Fernando Pimentel (PT) afirmam não ter recebido pelos serviços prestados. [pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
De acordo com o grupo, composto principalmente por profissionais de criação de conteúdo para TV, rádio e redes sociais, o acerto da última parcela era previsto para 4 de outubro, mas o pagamento estaria sendo postergado pelo partido. Em média, cada colaborador teria cerca de R$ 18 mil para receber.
Segundo o jornalista Hélio Soares, que atuou fazendo entrevistas e atualizando o site da campanha, a última parcela era a mais robusta e contemplava 40% do total acordado. A data para quitação, porém, já teria sido alterada pelo menos quatro vezes, sem que a dívida fosse sanada. “No meu caso, ainda faltam R$ 20 mil e os responsáveis vêm adiando sistematicamente a data para o acerto”, afirma.
O último prazo estabelecido oficialmente pela campanha para liquidar os débitos seria 23 de outubro, mas o acordo também não teria sido cumprido, conforme os profissionais.
“Muitas pessoas ainda estão sem receber. Agora, eles impuseram que a gente assine uma minuta passando a dívida da campanha para o partido, para recebermos até março do ano que vem”, diz Soares.
Outra profissional, que preferiu não ser identificada, não se conforma de a promessa de recebimento antes do primeiro turno ter sido quebrada. A ex-funcionária afirma que a campanha deve a ela R$ 13 mil.
“Disseram que o dinheiro estava reservado, mas depois que o Pimentel perdeu a eleição falaram que não havia mais a verba”, lamentou. Logo após a derrota de Pimentel, em outubro, o coordenador da campanha, Helvécio Magalhães, que também é secretário de Planejamento e Gestão de Minas Gerais, falou ao Hoje em Dia que ainda havia saldo para entrar e que, na medida em que a receita subisse, os pagamentos seriam efetuados.
“Se o conjunto de recursos não cobrir os débitos, o partido assumirá a dívida. Pode levar tempo, mas tudo será quitado”, garantiu, na ocasião. Nos últimos três dias, a reportagem tentou novo contato com Magalhães, mas ele não atendeu às ligações.
A presidente do PT em Minas, Cida Lopes, afirmou que não está “por dentro das negociações” e não soube informar se há previsão de pagamento dos débitos. Ela disse ainda que a pessoa responsável pelo assunto estaria viajando.
De acordo com a prestação de contas do PT ao Superior Tribunal Eleitoral, dos R$ 9,6 milhões em despesas contratadas pela campanha, R$ 7,6 milhões foram pagos. A dívida, portanto, é de aproximadamente R$ 2 milhões até o momento. O total de recursos recebidos foi de R$ 7,8 milhões.