Nove dias depois de a Polícia Federal cumprir mandados de busca e apreensão em imóveis do senador Aécio Neves (PSDB) e de sua irmã, Andrea Neves, policiais federais voltam a cumprir, nesta quinta-feira (20), mandados judiciais envolvendo a família do parlamentar, que nessa quarta-feira (19) foi diplomado deputado federal, em cerimônia no Palácio das Artes, na Região Central de Belo Horizonte. A posse no novo cargo acontecerá em 1º de janeiro. [pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
O alvo dessa vez é um apartamento na Região Centro-Sul da capital, de propriedade da mãe do senador, Inês Maria, e um outro imóvel pertencente ao primo do senador, Frederico Pacheco, além de uma empresa.
O senador e a irmã estão envolvidos na Operação Ross, deflagrada pela Polícia Federal para investigar suposto pagamento de propina de R$110 milhões, feitos entre 2014 e 2017 pela J&F, holding dos irmãos Joesley e Wesley Batista.
Além de Aécio e Andrea, são alvos da operação os senadores Antonio Anastasia (PSDB-MG) e Agripino Maia (DEM-RN) e os deputados federais Paulinho da Força (SD-SP), Cristiane Brasil (PTB-RJ) e Benito Gama (PTB-BA).
A operação Ross , que nesta quinta-feira foi desdobrada em uma segunda fase, foi autorizada pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal.
Entenda o caso
A Operação Ross é um desdobramento da Operação Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017. Os valores investigados, que teriam sido utilizados também para a obtenção de apoio político, ultrapassam os R$ 100 milhões.
De acordo com o Ministério Público Federal, em troca dos recursos financeiros, Aécio teria prometido favorecimentos em um eventual governo presidencial (2015 a 2018) além de influência junto ao governo estadual de Minas Gerais, neste caso, com o objetivo de viabilizar a restituição de créditos tributários.
A PF batizou a operação numa referência a um explorador britânico que dá nome à maior plataforma de gelo do mundo localizada na Antártida, fazendo alusão às notas fiscais frias que estão sob investigação.
Defesa
Na primeira fase da Operação Ross, a defesa do senador Aécio Neves afirmou em nota enviada à imprensa que a ação tem como base as delações de executivos da JBS “que tentam transformar as doações feitas a campanhas do PSDB, e devidamente registradas na Justiça Eleitoral, em algo ilícito”. Aécio negou irregularidades. O espaço está aberto para novas manifestações do parlamentar.