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“Este foi o maior presente que pude dar a Salinas e à região”, comemorou a deputada federal Raquel Muniz ao ver sancionado pelo presidente Michel Temer, nesta terça-feira (19), o Projeto de Lei de sua autoria que dá à cidade mineira o título de Capital Nacional da Cachaça.
A busca pela certificação foi iniciada bem antes de a parlamentar tornar-se a presidente da Comissão de Cultura na Câmara Federal. Com o intuito de fazer girar a economia do Norte de Minas e confirmar Salinas como uma das maiores produtoras de cachaça do Brasil, Raquel apostou e acreditou, desde o início, na valorização do produto. [pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
“Sou mineira. Só acredito na hora que sai. Mas foi um projeto abençoado. Tivemos a alegria de ter o deputado Goulart, que é do meu partido, PSD, como relator e ele é colecionador de cachaça. Na Comissão de Constituição e Justiça foi relator o hoje nosso senador Rodrigo Pacheco. E não poderia imaginar que cairia nas mãos do senador Anastasia, que foi o relator no Senado. Ou seja, do início ao fim foi com chave de ouro e coroou o nosso trabalho essa assinatura do presidente Temer”, disse a deputada.
Para Raquel, o título vai gerar resultados extremamente positivos. “Vai melhorar muito a economia de Salinas, tanto sob o aspecto da venda da cachaça, que agrega valor, no turismo regional e isso justamente quando a Cachaça Havana, uma das mais tradicionais da região, completa 75 anos”, complementou.
PRODUÇÃO
Salinas tem atualmente mais de 60 marcas de cachaça. Destas, 54 compõem a Associação dos Produtores de Cachaças Artesanais de Salinas (Apacs), que faz reuniões mensais a fim de fomentar a produção e comercialização do produto.
“Cerca de R$ 12 milhões é a receita anual com a produção de cachaça. Nossa luta é para diminuir a tributação, que mesmo com as novas regras ainda é pesada”, diz Eílton Santiago, produtor de cachaça e presidente da Câmara Municipal de Salinas.
Além de presidente da Apacs, Eilton é descendente de uma das famílias mais tradicionais da cidade, fabricante da famosa Havana, que deu início ao ciclo de produção capitaneado por Anísio Santiago e que completou 75 anos de existência.
Para Eilton, o título dá ainda mais visibilidade ao produto de Salinas, tanto no mercado interno quanto no externo, favorecendo a economia local e a geração de emprego e renda.
Segundo ele, o título de Capital Nacional da Cachaça deixará os eventos do setor ainda mais badalados. “Já temos quatro programados para 2019 e todo associado que queira participar pode ir. A Apacs custeia parte dos gastos. Quando acontece um evento, um estande que custaria R$ 2 mil, por exemplo, sai para um associado da Apacs por cerca de R$ 700”, afirma Eílton
O Festival da Cachaça de Salinas já e parte do calendário da cidade. Realizado desde 2002, atrai turistas de todos os cantos do país e funciona como vitrine para empresas de máquinas, equipamentos e serviços destinados à produção da bebida. Realizado anualmente na terceira semana de julho, a data foi escolhida para coincidir com o período de férias.
“São três dias de festa que atraem mais de 40 mil pessoas, como aconteceu em 2018. Na época de safra e do festival são cerca de 1.400 empregos diretos e indiretos. Depois desse título virá muito mais gente. Mesmo sendo do conhecimento de todos a qualidade do nosso produto, era preciso colocar no papel. Tenho certeza que vai alavancar o turismo na nossa região”, afirma Santiago.