Somando somente os grandes títulos nacionais e internacionais do Cruzeiro, que nesta quarta-feira completa 98 anos, são 14 taças considerando-se Libertadores, Supercopa, Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil. E uma marca a ser derrubada pelo time do técnico Mano Menezes nesta temporada é acabar com a maldição dos anos terminados em 9, pois neles a Raposa já chegou perto, mas nunca saboreou uma conquista.
O ânimo à China Azul vem do fato de o mesmo se registrar nos anos terminados em 8. Mas a escrita foi derrubada com chave de ouro, pois veio com os inéditos bicampeonato em sequência e hexa no geral da Copa do Brasil.
Como começou a participar das grandes competições nacionais e internacionais praticamente apenas após a inauguração do Mineirão, em 1965, pode-se dizer que a “Maldição do 9” começou para o Cruzeiro em 1969. E de forma cruel.
Na Taça de Prata, o clube disputou o quadrangular decisivo com Palmeiras, Corinthians e Botafogo. Fez campanha idêntica aos palmeirenses, mas perdeu o título brasileiro por um gol a menos de saldo (2 a 1).
Em 1979, o Cruzeiro viveu o último grande momento de uma década de ouro, mas ficou de fora das semifinais do Brasileiro caindo diante do poderoso Internacional, de Falcão e companhia, que naquele ano conquistou o título de forma invicta.
DECEPÇÃO
Dez anos depois, mesmo que indiretamente, o Internacional voltou a provocar uma decepção ao Cruzeiro no Brasileirão. Na última rodada de 1989, o Cruzeiro precisava vencer o Atlético, no Mineirão, e o fez, por 1 a 0, gol de Heyder, mas dependia de empates de Palmeiras e Vasco para ser finalista.
Os palmeirenses perderam o clássico para o Corinthians, mas os vascaínos, que encararam o Colorado dentro do Beira-Rio, venceram por 2 a 0, com gols do atacante Bebeto.
CLÁSSICOS
Em 1999, o Campeonato Brasileiro voltou a estar próximo da Raposa, mas o time caiu na reta final da competição. Após a segunda melhor campanha na fase classificatória, encarou o rival Atlético numa das quartas de final.
Apesar do favoritismo, pois tinha um time superior tecnicamente, o Cruzeiro foi eliminado com duas derrotas (4 a 2 e 3 a 2), sendo a segunda delas de virada num jogo que parecia controlado pelos comandados de Levir Culpi.
MARCA MAIOR
A decepção mais marcante para os cruzeirenses na Era Mineirão, num ano terminado em 9, é a perda do tricampeonato da Copa Libertadores para o Estudiantes, da Argentina, dentro do Gigante da Pampulha.
Depois de empatar sem gols com os argentinos, na partida de ida, em La Plata, o Cruzeiro jogava no Mineirão, em 15 de julho de 2009, precisando de uma vitória por qualquer placar para levantar a taça, que não ganha desde 1997.
E saiu vencendo, pois o volante Henrique, atualmente capitão da equipe de Mano Menezes, fez 1 a 0 aos 6 minutos do segundo tempo, num chute de fora da área.
Mas depois da vantagem o time, na época dirigido por Adilson Batista, se perdeu em campo e o Estudiantes chegou à virada com gols de Fernández e Boselli.
O desafio do 9 está lançado para o Cruzeiro. E é melhor não duvidar de Fábio, Dedé, Henrique, Arrascaeta e companhia.
AS GRANDES TAÇAS (*)
1 – Supercopa (1991)
2 – Supercopa (1992)
3 – Copa do Brasil (1993 e 2003) e Brasileiro (2003 e 2013)
4 – Brasileiro (2014)
5 – Não tem
6 – Taça Brasil (1966), Libertadores (1976) e
Copa do Brasil (1996)
7 – Libertadores (1997) e Copa do Brasil (2017)
8 – Copa do Brasil (2018)
9 – Não tem
0 – Copa do Brasil (2000)
(* anos de final)