João de Deus sofreu uma queda na cela do Núcleo de Custódia, onde está preso, pouco antes de ser levado ao hospital para fazer exames, segundo informou um dos advogados que compõem a defesa dele, Ronivam Peixoto de Morais Júnior. Segundo o defensor, o médium ficou com “as vistas escurecidas” e caiu. Logo após, foi constatado que ele estava com sangramento na urina, que demandou a ida a uma unidade de saúde na quarta-feira (2).[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
O religioso já teve alta e voltou para a cadeia. Detido suspeito de abusos, ele nega as acusações.
Ronivam afirmou ainda que visitou o médium dois dias antes do episódio e que conversou por “longo tempo” com ele. João de Deus relatou que estava com diarreia. Posteriormente, o quadro acabou se agravando.
“Ele me disse, já no hospital, que passou mal, ficou com as vistas escurecidas e levou um tombo na cela. Depois que recobrou os sentidos, percebeu que estava com sangramento na urina”, disse o advogado.
Primeiramente, João de Deus foi encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Parque Flamboyant, em Aparecida de Goiânia. A TV Anhanguera registrou, com exclusividade, a chegada do médium.
Em seguida, João de Deus precisou ser transferido para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). De acordo com a unidade, ele passou por avaliação de equipe multidisciplinar e foi submetido a exames laboratoriais e de imagem.
Como os resultados não demandaram a necessidade de internação, ele foi liberado e voltou para a cadeia já na madrugada desta quinta-feira (3).
Uma servidora do Núcleo de Custódia informou que João de Deus passou bem a noite e “dormiu tranquilamente”.
Ronivam afirmou que o estado geral de saúde de João de Deus é “crítico” e que o médium está debilitado e desidratado. O quadro, aponta, reforça a tese da defesa de que o religioso não tem condições de ficar preso em regime fechado.
“Não só pelo problema de saúde dele, que é claro e já foi demonstrado, assim como a quantidade de medicação que ele toma diariamente é muito grande. Isso, sem dúvida, é um dos pilares que justificam, na visão da defesa, uma prisão domiciliar”, explana.
MP e Justiça
João de Deus está preso desde o dia 16 de dezembro. O Ministério Público o denunciou no dia 28 de dezembro por quatro crimes que englobam fatos investigados pela Polícia Civil e Ministério Público: dois por violação sexual mediante fraude e dois por estupro de vulnerável.
O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) informou que a denúncia contra o médium só será analisada após o plantão judiciário, que termina no dia 7 de janeiro. Além disso, os autos foram remetidos à “juíza natural do processo”, Rosângela Rodrigues dos Santos, responsável pela comarca de Abadiânia, no Entorno do DF, onde o caso tramita.
Situação atual
- Ministério Público Estadual de Goiás denunciou João de Deus por violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável no dia 28 de dezembro. Órgão também recorreu de decisão que determina prisão domiciliar de João de Deus por posse de arma;
- Médium está preso desde o dia 16 de dezembro;
- Ele é investigado por estupro, estupro de vulnerável, violação sexual mediante fraude e posse ilegal de arma;
- João de Deus prestou depoimento para a Polícia Civil, quando foi preso, e ao MP-GO, no dia 26 de dezembro;
- Esposa do médium foi ouvida pela Polícia Civil e disse que não sabia de crimes;
- Defesa teve dois habeas corpus pelos crimes sexuais negados e foi ao STF; Justiça concedeu prisão domiciliar por posse de armas;
- MP recebeu mais de 600 emails pelo endereço [email protected] e identificou cerca de 260 vítimas em seis países;
- Mulheres que denunciaram João de Deus ao MP tinham entre 9 e 67 anos ao serem abusadas, conforme relatos;
- Polícia Civil colheu depoimentos de 16 mulheres. Ministério Público já ouviu mais de 100, até o dia 28 de dezembro;
- Em operações em endereços ligados a ele foram achadas armas, pedras preciosas e mais de R$ 1,6 milhão;
- Fazenda do médium foi alvo de vandalismo
- Justiça determinou o bloqueio de R$ 50 milhões das contas de João de Deus;
- Casa Dom Inácio de Loyola segue funcionando, mas registrou queda de 50% no movimento.