A Vale anunciou que, após dois dias de protestos, a Estrada de Ferro Vitória a Minas foi liberada para a circulação de trens. A via estava ocupada por moradores de cidades atingidas pelo rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, Região Central de Minas Gerais. O protesto ocorreu em Baixo Guandu, no Espírito Santo. [pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Segundo a empresa, a linha férrea foi liberada às 21h de terça-feira. “Devido ao horário em que a via foi desocupada, o trem poderá circular nesta quarta-feira (16) no sentindo BH-Vitória. O trem partirá às 7h30 da Estação Ferroviária de Belo Horizonte e completará todo o percurso até Cariacica, no Espírito Santo. Já a viagem no sentindo contrário será restrita ao trecho entre Governador Valadares e Belo Horizonte”, informou a Vale por meio de nota enviada no fim da noite passada. “A expectativa é que o trem de passageiros volte a operar normalmente na quinta-feira (17)”, esclareceu.
MUNICÍPIOS CONVENCIDOS A exigência de que os municípios mineiros e capixabas atingidos pelo rompimento da barragem desistissem da ação movida nos tribunais do Reino Unido para receber da Renova as indenizações por gastos extraordinários convenceu 19 das 39 prefeituras afetadas. Segundo a Renova, todos já foram pagos. O montante soma R$ 14 milhões em indenizações por terem as administrações municipais utilizado recursos humanos, logísticos e materiais para auxiliar a população. Enquanto isso, os outros 20 municípios negociam ou resistem às pressões para que abram mão do processo conduzido pelo escritório anglo-americano SPG Law, que acionou a mineradora BHP Billiton em mais de 5 bilhões de libras (quase R$ 24 bilhões em valores atuais). A BHP Billiton e a Vale são controladoras da Samarco.
Desde do último 16 de novembro as procuradorias dos municípios e a Fundação Renova travam a disputa pelo direito à verba. Nessa data, como mostrou em primeira mão a reportagem do Estado de Minas, foi exigido das prefeituras a assinatura de um termo de quitação em que as administrações municipais se comprometiam a abandonar todos os processos judiciais, no Brasil e no exterior, contra ela e suas mantenedoras (Samarco, Vale e BHP Billiton), para que recebessem as indenizações por gastos excepcionais. O montante devido é de R$ 53.344.331, previstos pelo Termo de Transação de Ajustamento de Conduta (TTAC) assinado em 2 de agosto de 2016 pelas mineradoras, pelos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, pela União e seus órgãos ambientais. O TTAC oficializou a criação da Renova.