A meta para cobertura vacinal de febre amarela, estabelecida pelo Ministério da Saúde, é de 95%. Em Minas Gerais, embora a cobertura já tenha alcançado 91,4%, estima-se que cerca de 3 milhões de mineiros ainda não foram se vacinar. Um alto número, se considerarmos que a vacina faz parte do calendário rotineiro de vacinação de Minas Gerais desde 2008 e encontra-se disponível nos postos de saúde de todo o estado, durante todo o ano.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
A coordenadora de Imunização da Secretaria de Estado de Saúde (SES), Eva Lídia Arcoverde, explica que o perfil dos não vacinados concentra-se especialmente na faixa-etária de 15 a 59 anos de idade, justamente a mais acometida pela epidemia de febre amarela silvestre ocorrida em 2017 e 2018.
De acordo com Eva Lídia, desde o início das notificações dos casos suspeitos de febre amarela silvestre que ocorreram no estado, no final de 2016, foram adotadas diversas ações, entre elas a realização da vacinação casa a casa, nas regiões mais afetadas, na tentativa de alcançar a população não vacinada. Essa e outras estratégias, realizadas pelo Estado e municípios, elevaram a cobertura vacinal acumulada geral de 57,5%, no período de 2007 a 2016, para 91,4%, atualmente.
“Além da vigilância constante nas áreas de maior risco para a ocorrência da doença, a SES realizou diversas videoconferências e capacitações sobre coberturas vacinais e vigilância da febre amarela, repassou incentivos financeiros complementares de mais de R$ 5 milhões para intensificação da Campanha Nacional de Vacinação e mais R$ 60 milhões aos 853 municípios para estruturação de 3.412 salas de vacina que já funcionam em Unidades de Saúde do Estado. Foi estabelecida, ainda, uma parceria entre a SES e Secretaria de Estado de Educação (SEE), que fomenta a verificação e atualização da situação vacinal da comunidade escolar, da rede pública e privada”, explica Eva Lídia.
No período de monitoramento 2018/2019 até a presente data, não foram registrados casos humanos confirmados de febre amarela silvestre no estado de Minas Gerais. Mais informações, clique aqui e acesse o último boletim epidemiológico da febre amarela
Período sazonal
O período compreendido entre dezembro e maio é característico por apresentar um aumento nos índices de chuva e, consequentemente, na proliferação do vetor de transmissão da febre amarela silvestre, o Haemagogus e o Sabethes. Como nesse cenário a probabilidade da ocorrência de casos é maior, a vacina continua sendo a melhor forma de prevenção.
De acordo com Eva Lídia Arcoverde, toda pessoa acima de nove meses de vida que mora ou vai viajar para área rural, de mata ou silvestre deve procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para se vacinar contra a Febre Amarela.
“A vacina é gratuita e oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Idosos acima dos 60 anos e gestantes devem ser avaliadas por uma equipe de saúde em relação ao benefício e risco da vacinação, levando em conta o risco de eventos adversos”, explica a coordenara Estadual de Imunização.
Sintomas
A febre amarela é classificada como uma doença infecciosa grave, que provoca febre, calafrios, dor de cabeça, dores nas costas e no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Os primeiros sintomas aparecem de 3 a 6 dias depois da infecção. A orientação é buscar um serviço de saúde aos primeiros sinais.
Tratamento
Não existe um tratamento específico para febre amarela, apenas sintomático. Os pacientes que necessitarem de hospitalização devem ter uma cuidadosa assistência, permanecendo em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado.
Vacinação
Segundo a coordenadora Estadual de Imunização, “a preocupação maior neste ano seria com o sul de Minas e com a Triângulo mineiro, que são regiões com baixas coberturas vacinais e, no caso do município de Varginha, com a ocorrência de epizootias ( morte de primatas) confirmada. Eva Lídia Arcoverde reforça que a vacina contra febre amarela é considerada altamente eficaz e segura na prevenção da transmissão do vírus.
“A proteção é individual, de cada um. Por isso é que, no caso da febre amarela, nosso ideal deveria ser atingir uma cobertura de 100% da população. O vetor está presente no nosso ambiente, circulando com o vírus e logo as pessoas, que não tenham se vacinado, estarão expostas”, afirma a coordenadora.
De acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde adotou os padrões internacionais da dose única. Ou seja: quem tomou uma dose da vacina da febre amarela em qualquer fase da vida está imunizado pelo resto da vida, e não precisam do reforço.
“Caso a pessoa não tenha o cartão de vacinação, a orientação é procurar a Unidade Básica de Saúde mais próxima da sua casa para fazer um novo Cartão de Vacina pelo SUS, e assim, se vacinar normalmente. Lembre-se: o cartão é um documento muito importante que reúne todo o seu histórico vacinal durante a vida. Por isso, o guarde com cuidado”, orienta Eva Lídia.
Atualmente, Minas Gerais conta com cerca de um milhão doses disponíveis para distribuição aos municípios e, caso seja necessário, doses adicionais poderão ser solicitadas ao Ministério da Saúde.
Doação de sangue
Vale destacar que quem planeja doar sangue e ainda não se vacinou contra a febre amarela, necessita de um intervalo de 30 dias para realizar uma doação. No entanto, as pessoas ainda não imunizadas podem, no mesmo dia, doar sangue e, depois, se dirigirem a uma unidade de saúde para receber a vacina da febre amarela.
O período de férias e Carnaval é historicamente marcado por uma baixa no estoque de sangue da Fundação Hemominas, que chega a registrar redução de aproximadamente 30%. Dessa forma, a ocorrência de casos de febre amarela, que tende a aumentar nesses meses iniciais do ano, pode agravar a situação, já que o tratamento de suporte aos pacientes infectados pode demandar o uso de grande quantidade de hemocomponentes. Por isso, antes de se vacinar, procure um hemocentro e salve vidas.
Outras informações disponíveis em: www.saude.mg.gov.br/febreamarela.