Os trabalhos de resgate e assistência em Brumadinho, na região metropolitana, envolvem uma estrutura superlativa. São pelo menos 2.350 pessoas, entre policiais civis e militares, bombeiros, agentes de meio ambiente e Defesa Civil e voluntários. Muitos chegam a atuar até dezoito horas sem parar, visando a amenizar o sofrimento das familiares que perderam alguém na tragédia.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
A prioridade é a localização de corpos. Até a noite de ontem, 84 óbitos foram confirmados e 276 pessoas estavam desaparecidas. Ao todo, 391 foram localizadas. São os bombeiros na linha de frente das operações, auxiliados por 132 militares de Israel que vieram ajudar nas buscas. Eles ainda contam com o apoio de 16 aeronaves.
Os bombeiros também se desdobram para socorrer quem passa mal devido à angústia da espera por notícias e articulam com as demais forças de segurança estratégias a serem adotadas.
Cerca de 600 homens e mulheres da corporação já passaram por Brumadinho. Só ontem eram 230 envolvidos na missão, muitos sequer sabiam se iriam descansar. “No dia do rompimento, eu nem dormi. Mas o que tiver que ser feito para o encontro desses corpos deve ser feito. O bombeiro já está acostumado a lidar com situações adversas, é inerente ao trabalho. Exige um nível de sacrifício muito grande. É algo que transcende a escolha profissional, é o que a gente acredita como escolha de vida e valor humano”, diz o tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros.
O tempo corrido permite, no máximo, três refeições diárias. Mesmo assim, Aihara não quer ser vangloriado. “Heróis são as pessoas afetadas pelo rompimento da barragem e que terão que reconstruir suas vidas”.
Reforço
A PM deve reforçar o policiamento em Brumadinho com a chegada de mais 400 militares hoje, informou o porta-voz da corporação, major Flávio Santiago. Até então, 550 pessoas já atuavam nas rondas – dessas, 300 policiais em formação foram empenhados após a suspensão das atividades na academia, em BH.
Uma das funções é evitar o acesso de curiosos na área de buscas e garantir a segurança das casas vazias.
As operações ainda envolvem a Polícia Civil, que faz a remoção e identificação dos corpos, além das investigações sobre o rompimento da estrutura. Já os danos estruturais na região são avaliados pela Defesa Civil, com 50 agentes, enquanto os ambientais e o resgate dos animais vítimas da lama são feitos pelo Ibama, que têm 26 pessoas auxiliando nos levantamentos.
Além dos órgãos oficiais, voluntários. Estima-se que ao menos 600 foram até Brumadinho prestar solidariedade.