Apesar de estar em viagem, o presidente do Metabase Itabira André Viana tem demonstrado bastante preocupação com a situação em Brumadinho. Nomeou uma comissão formada por diretores do Sindicato que se reuniu nesta manhã (30/01) com a direção do Sindicato Metabase da cidade de Brumadinho, palco de mais uma tragédia humana e ambiental por rompimento de barragem.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Os diretores do Metabase Itabira foram até a cidade atingida para um encontro com ambientalistas, representantes de entidades de classe e população para discutirem o futuro dos trabalhadores e terceirizados da empresa Vale. Carlos Estevam “Cacá” vice-presidente do Metabase Itabira e coordenador da caravana, disse que a reunião foi para “fazer uma avaliação da real situação” Ainda de acordo com ele, as famílias ainda não estão sendo assistidas como a empresa tem divulgado: “Assistência médica, psicológica e financeira ainda não está satisfatória e pior, os parentes que chegam ao IML para reconhecer os corpos não são amparadas por ninguém no local. O choque que são submetidos ao reconhecimento de seus familiares é muito grande e não há ninguém no plantão para dar uma assistência à essas pessoas… muito triste”. Ainda de acordo com o vice do Metabase Itabira, é necessária uma mobilização de grande porte na cidade para quebrar a “caixa preta” que a Vale implantou, a lei do silêncio, como fez em Mariana: “A Vale continua fechada, insensível, difícil acreditar…” disse o vice.
De acordo com Agostinho José de Sales, presidente do Sindicato Metabase de Brumadinho, ele pediu à Vale “há pelo menos dois anos” mudança de local das instalações administrativas e do refeitório atingidos pela avalanche de lama do rompimento da barragem. “Em reunião, representantes da Vale disseram que existia um projeto pronto para a transferência, o que não ocorreu a tempo de evitar essa tragédia. Hoje, sequer temos acesso ao local do acidente, queremos colaborar, conhecíamos praticamente todos os trabalhadores mortos ou desaparecidos” completou Agostinho.
Flávio Serafim, diretor de relações exteriores, desabafa: “Encontramos uma cidade arrasada psicologicamente, olhares espantados e tristes. A cada momento que um helicóptero pousa gera expectativa na população, pois todos aguardam a triste notícia de mais um corpo encontrado” disse em tom desanimador.
Segunda-feira (04/02) o Metabase Itabira irá iniciar o cronograma de ações a serem tomadas devido ao acidente com a barragem da mina Córrego do Feijão. De acordo com o presidente André Viana, serão medidas judiciais e humanitárias.
O sindicato acompanhará a assistência financeira e psicológica da empresa aos familiares dos trabalhadores itabiranos mortos durante o trabalho. “Cabe a empresa cumprir, fielmente as normas de segurança e medicina do trabalho conforme manda a lei, e isto está claro que a Vale não cumpriu. A lei ainda diz que a empresa é responsável pela adoção e uso de medidas coletivas e individuais de proteção e segurança da saúde do trabalhador. Vamos até o fim, essa luta não será apenas dos familiares, essa luta é uma questão de honra para o Metabase Itabira” finalizou André Viana.