Empresas mineradoras doaram dinheiro para 80% dos deputados estaduais mineiros eleitos no pleito de 2014. À época, doações de pessoas jurídicas ainda eram autorizadas pela legislação. As informações foram coletadas pela Rádio Itatiaia e veiculadas pela emissora ontem.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
De acordo com a reportagem, a prestação de contas dos parlamentares, disponibilizada no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aponta que apenas 18 dos 77 deputados eleitos não receberam recursos de companhias ligadas à mineração. A emissora afirma, ainda, que a doação global ultrapassa a casa dos R$ 4,2 milhões.
Na lista publicada pela Itatiaia, onde consta os nomes de nove parlamentares, o deputado Paulo Guedes (PT) aparece em primeiro lugar, com R$ 513 mil arrecadados. O parlamentar foi procurado, mas não atendeu as ligações até o fechamento da edição.
À Itatiaia, informou que “as doações foram feitas legalmente e mediadas pelo partido” e que “nunca teve contato com nenhuma mineradora”.
O deputado Sávio Souza Cruz (MDB) – segundo colocado no ranking com R$ 340 mil, de acordo com a Itatiaia – informou ao Hoje em Dia que “a maior parte do recurso recebido foi via partido” e que, por isso, não conhece as empresas doadoras.
Já o deputado Gustavo Corrêa (DEM), que recebeu R$ 290 mil, afirmou que todas as doações “foram declaradas em lei e as contas foram aprovadas”.
Gil Pereira (PP), que aparece na lista com R$ 220 mil, foi procurado, mas todas as ligações caíram na caixa postal. O deputado Bosco (Avante), que recebeu R$ 210 mil, respondeu por nota que, apesar de ter recebido a verba, “nunca deixou de fiscalizar ou votar matérias relacionadas às mineradoras”.
Os deputados Tiago Ulisses (PV) e Adalclever Lopes (MDB) foram procurados por telefone nos respectivos gabinetes, mas não se posicionaram até o fechamento desta edição.
Por meio da assessoria de imprensa, Ivair Nogueira (MDB) – que aparece na lista com R$ 140 mil – lembrou que “as doações de empresas àquela época eram autorizadas e legais juridicamente, como está transparente na prestação de contas da campanha”.
Gustavo Santana (PR), que recebeu R$ 135 mil, e Elismar Prado (Pros), com R$ 125 mil, foram procurados por telefone nos gabinetes na Assembleia, mas as ligações não foram atendidas.