EXAME
Tardou mas chegou. Nesta terça-feira (05/02), o presidente dos Estados Unidos Donald Trump irá fazer o tradicional discurso do Estado da União de 2019. A cerimônia anual ocorre na câmara dos deputados e é de extremo simbolismo para o governo. No discurso, o presidente ganha espaço para falar aos cidadãos sobre seu plano de governo, e também tem a chance de discorrer sobre o cumprimento ou mesmo reforçar algumas promessas de campanha. [pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Este ano, o discurso chega cerca de desconfiança. Devido ao mais extenso Shutdown ― paralisação do governo na instância Federal ― que qualquer outro governo da história dos Estados Unidos já experimentou, com duração de 35 dias, o discurso do Estado da União foi atrasado em uma semana, passando de 29 de janeiro para 05 de fevereiro.
A fala de hoje acontecerá após uma série de desentendimentos entre Trump e a líder da câmara, a democrata Nancy Pelosi, que enviou uma carta pedindo ao presidente para que adiasse seu discurso, pois com o Shutdown, sua segurança poderia ser comprometida.
Trump considerou a carta de Pelosi como um insulto e, em primeiro momento, disse que não adiaria a cerimônia. Logo em seguida, cancelou uma viagem oficial da líder da câmara quarenta minutos antes do voo de Pelosi partir. Na ocasião, Trump disse que, por conta da paralisação do governo, não permitiria que aviões pertencentes ao Estado fossem utilizados sem um motivo de urgência.
Depois de muitas insinuações e cartas trocadas, Trump voltou atrás e aceitou adiar seu discurso, respondendo a Pelosi que há “uma grande história para contar, e ainda grandes objetivos a alcançar”.
A expectativa de hoje é que o presidente fale sobre os avanços que vêm sendo feito em seu governo e também toque na questão do México. Causador do Shutdown, o muro bilionário que Trump pretende construir na fronteira com o país vizinho, uma de suas maiores promessas de campanha, deve vir à tona. Trump irá para o tudo ou nada ao anunciar que fará o muro de qualquer jeito?
Uma novidade, esta sim, deve vir do lado democrata. Pela primeira vez na história, uma mulher negra será responsável por responder a Trump. Stacey Abrams, que por pouco não ganhou o último pleito para o governo do Estado da Geórgia, terá a missão de contrapor o discurso de Trump com os valores democratas.
Nas últimas eleições, o partido de oposição teve uma de suas maiores diversificações, ganhando membros de minorias étnicas e sociais. É a resposta democrata a um presidente que perde popularidade, mas que se sustenta nos ótimos números da economia, com desemprego em queda há 100 meses consecutivos. Mais economia, e menos muro: eis um caminho mais seguro para Trump nesta terça-feira.