Estado de Minas
Terminou sem acordo a reunião entre integrantes dos Ministérios Públicos Estadual e Federal, integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragem, Defensoria Pública do Estado e a Vale. O encontro aconteceu na tarde desta quarta-feira (06/02) na 6ª Vara da Fazenda Pública, no Fórum de Belo Horizonte.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Em pauta estava um Termo de Ajuste Preliminar (TAP) com uma série de obrigações a serem cumpridas pela mineradora devido a tragédia de Brumadinho. Porém, a empresa alegou que precisaria de um tempo para analisar o documento. Por causa disso, uma nova reunião foi marcada para a quinta-feira (14/02).
Segundo o procurador federal Edmundo Dias, que participou do encontro, a tragédia de Mariana, serviu de aprendizado para as instituições federais e do Estado atuarem conjuntamente, e com a participação dos atingidos. “O pressuposto é que eles (atingidos) sejam ouvidos. Teremos cuidados de chamá-lo nesta discussão, até porque há vidas humanas para além do desastre ambiental”, disse.
Ele ressaltou que as medidas que estão inclusas no TAP são emergenciais e independentes de reparações ou indenizações. “Foram adotadas para que o curto não seja socializado entre o estado e a população”, complementou.
O Defensor Público do Estado Aylton Rodrigues Magalhães, se diz otimista com a reunião marcada para a próxima semana. “Não abrimos mão de nada. Qualquer negociação não vai forçar nenhuma das cláusulas”, comentou.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) foi representado por André Sperling, da Coordenadoria de inclusão e mobilização sociais (Cimos). Segundo ele, o prazo para a empresa analisar o TAP foi realmente curto. “Não admitimos negociação, só em pequenos detalhes. A Vale não tem que questionar, mas pagar. Se o documento não for aceito na semana que vem e construído conjuntamente, vai caracterizar a postura de que a minerador não quer fazer o ressarcimento dos crimes que tem cometido”, concluiu.
Já o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) se disse atento aos fatos e preocupados com a lentidão. “É uma falta de respeito com a dor e o caos estabelecidos e as vidas ceifadas por esta tragédia”, afirmou Joceli Andreoli, membro da coordenação nacional do MAB.