Sem ter como pagar pelo material escolar e ansioso com a volta às aulas, um adolescente de 14 anos, estudante do 9° ano do Ensino Fundamental em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, furtou um fichário com 96 folhas de papel em uma papelaria na terça-feira (12/02) e acabou sendo apreendido pela polícia. Após ser levado para a delegacia, ele foi liberado. [pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Militar, o garoto foi flagrado pelas câmeras de segurança do próprio estabelecimento, localizado no Centro da cidade, usando o uniforme escolar. Após deixar o local, foi direto para a escola onde passou a utilizar o material furtado, que custa R$ 8.
A atitude não agradou a mãe dele, de 34 anos. “Isso é errado, ele podia ter pedido. Na delegacia mesmo eu repreendi ele para aprender. Eu já tinha falado que ia comprar o material de escola nesta sexta-feira (15/02), mas ele não aguentou esperar”, relata. Ela preferiu não ser identificada.
Cabeleireira, ela conta que está desempregada atualmente e que o pai do adolescente está preso. Além do jovem, a mulher tem outros três filhos, sendo uma menina 11 anos e dois meninos de 5 e 9 anos. Ela afirma que todos estão matriculados em escolas públicas da cidade e frequentam as aulas regularmente.
Estudante quer ser bombeiro
Na escola, o adolescente gosta principalmente das disciplinas de português e ciências, e sonha em ser bombeiro. “As aulas começaram na última quinta-feira (7), mas ele não estava indo porque não tinha onde anotar. Mas então, como ele estava ansioso pra começar, acabou fazendo essa coisa feia. No dia mesmo que ele pegou o bloco na papelaria ele foi pra escola e já começou a anotar as matérias”, diz.
Conforme o boletim de ocorrência, após o furto, os militares o abordaram na própria escola, onde ele já estava usando o material em sala de aula. Ele confessou o crime e devolveu o fichário, inclusive com as três folhas que já continham as anotações.
Após o ocorrido, a mãe do adolescente passou a receber diversas ligações de pessoas da cidade interessadas em doar materiais escolares para a família. “Ainda não chegou nada aqui pra gente não. Não fiquei feliz com o que meu filho fez não, mas fiquei feliz com a iniciativa de ajudar, que Deus abençoe agora”, conta.
Orçamento curto
A família acabou de se mudar para uma casa na cidade, que ainda não tem muros. Utilizando os recursos que tem para tentar finalizar a residência, o sonho da mãe é conseguir fazer um cômodo na casa para que ela possa montar ali um salão de beleza e voltar a trabalhar.
“A gente se mudou pra cá e como a casa ainda não tinha muros, eu tive que fazer, aí acabei ‘apertando’, por isso a situação está assim. Eu estou querendo fazer um cômodo pra atender as pessoas aqui como cabeleireira, só que a situação ainda não está boa, mas se Deus abençoar vai melhorar”, conclui.
Para quem quiser ajudar a família, a mãe do garoto disponibilizou a conta de uma familiar para receber possíveis doações:
Caixa Econômica Federal
Conta corrente: 14.913-2
Agência: 3540
Operação: 013
Vanessa Maria de Jesus