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Uma dívida de R$500 milhões do governo de Minas com o Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), herdada da gestão de Fernando Pimentel (PT), pode causar a paralisação de 90% do atendimento médico-hospitalar aos beneficiários em todo o Estado. [pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
A informação é do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público do Estado de Minas Gerais (Sindpúbli-cos-MG), que afirma que desde 2016 o governo não vem repassando o valor arrecadado com os contribuintes para o Instituto, que acabou sem recursos para honrar os compromissos com hospitais, clínicas e laboratórios. Por lei, o governo deve transferir ao Ipsemg os recursos oriundos da contribuição dos servidores (3,2% do salário) e patronal (1,6%).
“A situação do Ipsemg é a pior possível. Essa dívida precisa ser negociada, para que eles (prestadores de serviço) possam voltar a nos atender”, afirmou Geraldo Henrique, diretor político do Sindpúblicos-MG.
Segundo Henrique, a situação mais crítica é no interior, especialmente nas cidades do Triângulo Mineiro e da Zona da Mata, que correm o risco de ficar sem atendimento médico hospitalar.
“Além do congelamento de salário desde 2013, o servidor tem que sair do interior e vir a BH para tratamento. Muitas vezes ele não tem esses recursos e acaba tendo que recorrer ao SUS”.
Efeito cascata
A paralisação dos prestadores de serviço no interior vem fazendo com que o atendimento aos segurados se concentre no hospital Governador Israel Pinheiro, que atende o Ipsemg em Belo Horizonte.
De acordo dom o diretor político do sindicato, o aumento da demanda na capital agrava outro problema. “O hospital Israel Pinheiro não tem estrutura para atender toda a demanda, já que o governo anterior o sucateou. Há muita dificuldade na marcação de consultas e cirurgias, por exemplo”, completou.
Atual governo
Apesar de a dívida ter sido construída durante a gestão Fernando Pimentel (PT), Geraldo Henrique mostra preocupação com o tratamento dado à questão atualmente. Para ele, o pagamento dos prestadores de serviço precisa ser prioridade.
Para tentar atenuar a situação, o Sindpúblicos solicitou uma reunião em caráter de urgência com o secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Otto Levy.
Além da negociação da dívida, o sindicato deseja que o Ipsemg tenha maior autonomia para gerir as demandas relacionadas aos beneficiários do instituto.
Por meio de nota, a assessoria do Governo de Romeu Zema (Novo) afirmou que a atual gestão já verificou as dívidas deixadas pela administração anterior com o Ipsemg, e que no momento está avaliando todas as possibilidades para regularizar a situação e garantir a continuidade do atendimento aos beneficiários.