Nesta quarta-feira, 20, uma leva de ajuda humanitária vinda da Rússia desembarcará em Caracas. É mais um capítulo do teatro de Nicolás Maduro para se manter no poder, e para aumentar o impasse venezuelano. Por um lado há um presidente eleito sob um processo eleitoral completamente questionável que se agarra à China e à Rússia para se manter no poder. Por outro, o autointitulado presidente Juan Guaidó, tem amplo apoio do Ocidente, mas poucos meios internos de furar a muralha de apoio de Maduro entre os militares. Enquanto a guerra de braço permanece, o país continua em crise e a população é quem paga. [pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
O anúncio da chegada dos suprimentos humanitários foi feito pelo próprio Nicolás Maduro na tevê estatal do país na última segunda-feira (18/02). O presidente informou que chegarão “300 toneladas de ajuda e assistência humanitária da Rússia legalmente”. Maduro também ressaltou que o auxílio que seu governo receberá hoje foi pago pelo executivo, e ainda disse ser possível que nos próximos dias outros países manifestem interesse em oferecer suprimentos à Venezuela através da ONU.
Paradoxalmente, Maduro critica as ajudas humanitárias que a Assembleia Nacional, liderada pela oposição, vem negociando com os Estados Unidos e a Colômbia. Segundo Maduro, os suprimentos recebidos por seu oponente não passam de um “show humanitário”. “É uma armadilha para caçar bobos, nos roubam 30 bilhões e nos oferecem 20 milhões em comida podre para tentar intervir na Venezuela”, disse.
O Brasil anunciou ontem que vai permitir o uso de seu território para que os Estados Unidos e a oposição tentem entregar ajuda humanitária ao país no sábado. Uma leva de mantimentos e medicamentos enviados pelos americanos segue barrada na fronteira com a cidade colombiana de Cúcuta.
A batalha das doações vai também a outros campos. Ontem, militares venezuelanos divulgaram vídeo testando equipamento de guerra russo. Os Estados Unidos volta e meia falam numa possível intervenção no país. A dúvida é como o Brasil se posicionará se a retórica passar do arroz com feijão para a doação de mísseis.