UAI e+/AFP
A primeira superprodução espacial da China está próxima de virar a maior bilheteria da história do país e prova que as produções nacionais de grande orçamento podem competir com Hollywood. The wandering Earth havia arrecadado mais de 3,9 bilhões de yuanes (R$ 3,1 bilhões) até terça-feira (19/02), o que deixa o filme no caminho para superar os 5,7 bilhões de yuanes registrados em 2017 por Wolf warrior 2, o filme de maior bilheteria da história da China.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Baseado em um livro do escritor chinês de ficção científica Liu Cixin, o filme conta a história, sob o ponto de vista de astronautas chineses, de um projeto para afastar a Terra de um Sol moribundo utilizando motores gigantes de fusão. Com um orçamento de US$ 50 milhões, o longa despertou orgulho pelo programa espacial chinês e conta com efeitos especiais de última geração.
O diretor Guo Fan explicou que 75% das mais de 2 mil tomadas de efeitos especiais foram criadas por equipes chinesas. O crítico de cinema Wang Hailin afirmou que The wandering Earth prova que “chegou o momento histórico de rivalizar com Hollywood”. O filme também faturou US$ 3,8 milhões nos Estados Unidos em 11 dias de exibição.
CONTROLE Com o presidente chinês Xi Jinping reafirmando seu rígido controle sobre as artes e o entretenimento, com a promoção de temas patrióticos, qualquer filme chinês com uma representação do futuro estava destinado a atrair o escrutínio político. Mas o filme ignora em grande medida a política e não menciona o Partido Comunista da China.
Os heróis chineses ocupam um lugar de destaque na ação, mas a mensagem geral do filme é a necessidade de estimular a colaboração internacional. Em uma cena fundamental, um astronauta chinês interpretado por Wu Jing, o astro da franquia Wolf warrior, trabalha com um colega russo para salvar o mundo.
The wandering Earth também exibe cenas raras em um filme chinês, como imagens de uma Pequim destruída e edifícios emblemáticos de Xangai desabando. Liu, o autor do livro, vencedor de um Prêmio Hugo – que reconhece obras de ficção científica e fantasia –, afirmou que a China carece de boa ficção científica original, mas que o forte “senso de futuro” de um país em rápida modernização é um bom presságio para o gênero.
O diretor Guo admitiu que os filmes de ficção científica da China ainda têm um longo caminho a percorrer antes de alcançar o padrão de Hollywood, mas está esperançoso. “A ficção científica é o termômetro de uma nação. Se essa nação quer abraçar o mundo e sonhar com o futuro, então a viagem da ficção científica chinesa será um oceano de estrelas e terá um grande futuro”, disse. (AFP)