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Cerca de 1800 bombeiros militares – e mais centenas de outros membros das forças de segurança, 62 máquinas pesadas, 31 aeronaves, 22 equipes de cães farejadores em mais de 530 horas de trabalho transformaram a operação de salvamento em Brumadinho na maior do gênero já realizada no país. O trabalho começou no dia 25 de janeiro, quando a barragem da mina de Córrego do Feijão, da Vale, se rompeu e afogou em lama uma área de 4 milhões de metros quadrados na cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Além das forças de segurança de Minas Gerais, a operação contou com o apoio dos Corpos de Bombeiros de outros estados (Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Sergipe e Rio Grande do Sul), além da Força Nacional e das Forças Armadas e Exército de Israel. Todos os profissionais atuaram sob o comando do CBMMG.
Os trabalhos do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais continuam no local em busca das 122 pessoas desaparecidas, de acordo com o balanço divulgado nessa quinta-feira (28). Até o momento, 186 corpos já foram localizados em meio à lama e identificados pelo Instituto Médico Legal (IML).
Além do salvamento
Mais do que buscas por corpos e sobreviventes da tragédia, o cenário em Brumadinho exigiu um trabalho de integração entre as forças de segurança para garantir a ordem na cidade. A partir de uma investigação da Polícia Civil, por exemplo, foram identificados dois estelionatários — que haviam inserido nomes falsos na lista de desaparecidos com intenção de obter vantagem econômica ilícita –, o que evitou buscas desnecessárias das equipes de resgate.
Já a Polícia Militar trabalha auxiliando no isolamento e proteção dos locais evacuados. O trabalho da Defesa Civil, por sua vez, consiste nos esforços para restabelecer serviços essenciais, na gestão das pessoas desalojadas, entre outras atividades. O Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) monitora os impactos ambientais e implementa medidas mitigadoras, para que o impacto na fauna e flora sejam os menores possíveis.
Tragédia
O rompimento da barragem que assolou Brumadinho no dia 25 de janeiro de 2019 deixou um rastro de destruição pela cidade. De acordo com o governo de Minas, cerca de 10,5 milhões de metros cúbicos de rejeitos foram espalhados pela área de 4 milhões de m². A quantidade de lama equivale ao volume de água de 4,2 mil piscinas olímpicas. O trabalho dos bombeiros consistiu em retirar esse material em busca das vítimas da tragédia. As estratégias foram preparadas através de um trabalho de inteligência realizado pelos quadros de especialistas do CBMMG além de um corpo técnico de engenheiros, geotécnicos, aviadores, entre outros.
Números
Desde o primeiro dia de buscas, já foram realizadas mais de 378 recuperações de corpos e segmentos corpóreos.
A média diária de pousos e decolagens de aeronaves ligadas às operações no primeiro mês é de 299. Em caráter de comparação, o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. realiza cerca de 260 pousos e decolagens por dia. Somente a operação aérea em Brumadinho envolveu 31 aeronaves e mais de 1.516 horas de voo até o momento. Com essa quantidade de horas, utilizando helicópteros, seria possível dar oito voltas completas ao mundo;
Apoio indispensável
Além das aeronaves, a operação de salvamento em Brumadinho também contou com um balão de observação, um radar de drones, uma estrutura de controle aéreo específico e sete drones do CBMMG, com recursos de imagem termal, dando apoio às operações em terra. As aeronaves são monitoradas em tempo real graças a um sistema específico montado para a operação.
O trabalho dos cães farejadores também tem sido essencial para a operação. Nos últimos sete dias, todos os corpos e segmentos localizados foram encontrados com o apoio dos cães.
De acordo com o governo de Minas, não há previsão de término dos trabalhos em Brumadinho e só existem duas situações que podem levar ao encerramento: a localização de todos os corpos desaparecidos ou a impossibilidade real de recuperação de corpos devido à questão biológica, que diz respeito ao momento em que o estado de decomposição dos corpos impedirá a sua localização em meio ao rejeito devido à interação entre os materiais.