Estadão Conteúdo
Um dos integrantes da cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) no Paraguai, o brasileiro Reinaldo de Araújo foi morto a tiros num confronto com policiais do país vizinho, na madrugada de terça-feira (05/03), em Villa Ygatim, departamento de Canindeyú, na fronteira com o Brasil. Segundo o ministro do Interior do Paraguai, Juan Ernesto Villamayor, ele estava na companhia de Thiago Ximenes, o “Matrix”, principal liderança da facção paulista no Paraguai. “Matrix” escapou do cerco, mas continuava sob perseguição dos agentes das Forças de Operações Policiais Especiais (Fope).[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Os dois haviam fugido juntos do quartel do Grupamento Especializado da Polícia Nacional, em Assunção, em dezembro de 2018. “A polícia fez um ótimo trabalho de rastreamento e busca. Eles chegaram próximo deles esta manhã e invadiram o local. Houve um confronto armado, onde um deles (Araújo) foi morto e o outro está sendo procurado nos morros”, disse.
No início da tarde, o ministro aguardava mais informações sobre a operação. O local fica a 50 km da cidade brasileira de Paranhos, no outro lado da fronteira. Nessa região, os pontos de passagem pela fronteira são monitorados por câmeras pela polícia de Mato Grosso do Sul.
Desde a fuga da prisão, “Matrix” e Araújo passaram a encabeçar a lista de criminosos procurados pela polícia paraguaia. Araújo foi condenado a 25 anos de reclusão pelo assassinato de sua companheira quando era peão de uma fazenda. Na prisão paraguaia, ele se envolveu com o PCC e esfaqueou um policial durante uma revista à cela. Ele teria ajudado “Matrix” a planejar a fuga de ambos.
Na época, os dois presos teriam saído da prisão, considerada uma das mais seguras do Paraguai, pela porta da frente, o que levou o vice-ministro de Segurança, Hugo Sosa, a colocar a penitenciária sob intervenção e deter integrantes do comando. Após as investigações, o Ministério Público apontou os agentes policiais Milciades Nazario Ramirez Aguilar, Marcos Antonio Giménez e a advogada Lilian Rocío Calonga Ovelar como responsáveis pela fuga dos criminosos, o que foi negado por eles durante o inquérito.
Thiago Ximenez foi preso em 2014, em Ciudad del Este, pela participação em assalto a um carro-forte. Condenado a 20 anos de prisão em território paraguaio, ele já havia fugido de outro presídio daquele país com outros 12 criminosos.
“Matrix” assumiu o comando do PCC na fronteira após a prisão do ex-líder Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o “Minotauro”, no início de fevereiro, em Camboriú, no litoral de Santa Catarina. Se for apanhado com vida, ele será expulso do Paraguai, a exemplo do que aconteceu com outros líderes de facções brasileiras, como Jarvis Chimenez Pavão, do PCC, Marcelo Fernando Pinheiro Veiga, o “Piloto”, e Fábio de Souza Santos, o “Geleia”, ambos do Comando Vermelho.