EXAME
Quatro dias depois do afastamento do presidente Fábio Schvartsman e de três diretores da mineradora Vale a pedido do Ministério Público do estado de Minas Gerais, as ações da mineradora voltam a ser negociadas na bolsa brasileira nesta quarta-feira (06/03). Na segunda e na terça, a B3 ficou fechada por causa do carnaval. Mas, em Nova York, os American Depositary Receipts (ADRs) da maior produtora de minério de ferro do mundo foram negociados normalmente – e subiram.
As opiniões a respeito da mudança na cúpula da Vale estão divididas. Alguns investidores encaram a ação da Promotoria como uma interferência indevida do poder público na gestão de uma companhia privada. “A alteração veio mais cedo que o esperado. Podemos caracterizar o afastamento como resultado de pressão governamental por uma mudança na gestão”, Jonathan Brandt, analista do banco britânico HSBC, escreveu em relatório a clientes.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Além disso, boa parte dos avanços no desempenho da Vale nos últimos anos é creditada à liderança de Schvartsman, que assumiu como presidente em maio de 2017. Entre o terceiro trimestre de 2016 e o mesmo período de 2018 (dados mais recentes disponíveis), a receita da empresa saltou 59%, para 38 bilhões de reais, enquanto o Ebitda (ganhos antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 78%, para 37,9 bilhões de reais. “Ele foi uma figura fundamental por trás da tática de desinvestimento e desalavancagem, com foco em corte de custos, disciplina de investimentos e discurso de privilegiar a qualidade do minério ante o volume”, Caio Ribeiro, analista do banco de investimentos Credit Suisse, escreveu em relatório a clientes.