EXAME
As decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes para soltar presos suspeitos dos mais variados tipos de crimes já entraram para o folclore de Brasília. Mendes, sempre que questionado, critica o excesso de prisões e se diz um garantista, ao atuar em favor da lei e do direito dos acusados.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Em um dos casos mais rumorosos, Gilmar intercedeu reiteradas vezes pela liberdade do empresário de ônibus Jacob Barata Filho, de cuja filha é padrinho de casamento. Gilmar não tem por hábito se considerar impedido mesmo com relações pessoais com os detidos. Mas, agora, a força-tarefa da Lava-Jato acha que o ministro passou dos limites.
Gilmar Mendes agora se vê em meio a uma trama envolvendo o ex-senador e ex-ministro de Relações Exteriores Aloysio Nunes, o ex-presidente da Dersa e suposto operador do PSDB Paulo Vieira de Souza (mais conhecido como Paulo Preto) e o ex-ministro de Segurança Pública Raul Jungmann.
Segundo a força-tarefa da Operação Lava-Jato, Gilmar intercedeu pessoalmente em favor de um habeas corpus para Souza, levantando suspeitas sobre a imparcialidade do ministro. Foi com base nessas apurações que os agentes solicitaram à Procuradoria Geral da República, na quarta-feira (06/03), a instauração de uma eventual “arguição de suspeição”. A expectativa é de que a procuradora-geral, Raquel Dodge, aprecie os documentos o quanto antes, talvez já nesta quinta-feira.