Na tarde de sexta-feira (15/03), aconteceu a aula inaugural da primeira turma do curso de Capacitação em Costura, Artesanato Sustentável e Bordado, oferecido pela Prefeitura de Itabira, em parceria com o Instituto Igualdade, Transformação e Inovação Social (ITI). O prefeito Ronaldo Magalhães esteve presente no evento na sede I do ITI.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
O projeto desponta após a assinatura de um Termo de Fomento celebrado entre o Município e o instituto. O documento prevê a criação de um núcleo cooperativo de trabalho voltado para o artesanato sustentável e costura, com a finalidade de desenvolver o empreendedorismo e a economia solidária em Itabira.
A capacitação tem carga horária de 280 horas/ aula de técnicas em costura, trabalhos manuais, bordado, artesanato sustentável, design e criatividade, aulas complementares e empreendedorismo e cooperativismo, e é direcionada para pessoas em condição de vulnerabilidade social (desempregados e famílias de baixa renda, por exemplo). Foram disponibilizadas 160 vagas. No entanto, em parceria com o projeto Costurando Vidas, idealizado pela promotora Giuliana Talamoni Fonoff, outras 20 vagas foram criadas para a qualificação profissional de mães e mulheres de detentos da Comarca de Itabira.
De acordo com o responsável pelo ITI, o estilista Ronaldo Silvestre, o curso é um exemplo onde as três dimensões da sustentabilidade são aplicadas: social, econômico e ambiental. Ele explicou que no aspecto social, os participantes em situação de vulnerabilidade aprendem um novo ofício. O econômico é quando os participantes começam a gerar renda e no que diz respeito ao aspecto ambiental, Silvestre ressaltou que, durante o curso, são reutilizados tecidos e resíduos têxteis que seriam descartados em aterros.
“É motivador poder trazer para minha cidade o trabalho que tenho desenvolvido em outras cidades. A expectativa é grande porque em três dias foram preenchidas 80 vagas. E estamos propondo o novo: pelas mãos das mulheres a gente consegue propor soluções para o desemprego, para a crise e para uma série de situações. A gente não para para se perguntar de onde vêm nossas roupas ou quem as produziu. A partir do momento em que começamos a pensar nisso, começamos a entender a realidade do desenvolvimento sustentável”, argumentou.
Para o estilista, o projeto cria oportunidade de inserção no mercado de trabalho e proporciona uma nova perspectiva aos participantes para que eles possam ter mais autonomia e atuar como empreendedores.
“Vamos qualificar as alunas no aspecto principal da costura. Elas vão aprender a fazer uma camiseta de malha, uma camisa social, uma calça jeans, uma calça de uniforme, por exemplo, para atender à demanda das empresas de uniforme que existem em Itabira. Temos uma parceria com uma dessas empresas, que já disponibilizou 20 vagas para as mulheres capacitadas pelo instituto. Pretendemos também, no processo de qualificação dentro do artesanato sustentável e do bordado, trazer uma revitalização, um novo frescor e o vigor do designer junto do artesanato para que ele possa ser vendido, não só aqui em Itabira, mas que a gente consiga colocá-lo no Circuito da Liberdade, em museus e espaços culturais, para levar o nome de Itabira”, explicou Ronaldo Silvestre.
Durante a aula inaugural e visita técnica, Ronaldo Magalhães conversou com as alunas e professores. O prefeito aprovou as instalações e materiais utilizados no curso. Além disso, o prefeito destacou a contribuição social e econômica do programa para o município.
“Este é um programa bastante interessante, principalmente no que diz respeito à questão social, onde o Instituto ITI e a Prefeitura se propõem a contribuir no aprendizado dessas mulheres. Nesse momento, em que o desemprego é muito grande em todo o país, é uma oportunidade delas se qualificarem e trabalharem prestando este tipo de serviço. E com isso, vem a melhoria da renda dessas famílias. Então ficamos muito felizes”.
Letícia Porto é desenhista de projetos e está desempregada. No entanto, ela sempre se interessou por costura. Filha de uma costureira, Letícia viu na capacitação a oportunidade de realizar um sonho: o de aprender a costurar. “Já tive um negócio uma vez, mas eu só tratava de cortar a roupa porque era mais fácil para mim. Eu não conseguia costurar. E hoje eu quero costurar. Quero sentar na máquina e produzir. Tenho boas expectativas. Vai dar certo”, disse.