No segundo dia da visita oficial ao Chile, o presidente Jair Bolsonaro discutirá nesta sexta-feira (22) com outros seis líderes sul-americanos a criação do Prosul, fórum de desenvolvimento regional para substituir a União das Nações Sul-Americanas (Unasul).
Criada em 2008, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Unasul surgiu em um momento em que o continente era comandado majoritariamente por presidentes ligados a partidos de esquerda com o objetivo de promover a coordenação política, econômica e social da região.
Atualmente, os países são governados por maioria de direita e apenas Bolívia, Guiana, Suriname, Uruguai e Venezuela seguem no grupo. A crise se intensificou na Unasul por causa de um impasse com o governo do venezuelano Nicolás Maduro com em relação à escolha do novo secretário-geral da organização substituiria o colombiano Ernesto Samper, que terminou seu mandato em janeiro de 2017.
Em uma transmissão ao vivo em uma rede social, nesta quinta (21), Bolsonaro afirmou que o objetivo é “botar um ponto final” na Unasul, que, na opinião dele, serve como “nome de fantasia” do Foro de São Paulo. O foro foi um grupo criado na década de 1990 por partidos progressistas da América Latina.
De acordo com o governo brasileiro, participarão do encontro desta sexta, além de Bolsonaro:
- Sebastián Piñera (Chile);
- Mauricio Macri (Argentina);
- Mario Abdo Benítez (Paraguai);
- Martín Vizcarra (Peru);
- Iván Duque Márquez (Colômbia);
- Lenín Moreno (Equador).
Programação
Saiba a programação de Bolsonaro prevista para esta sexta no Chile:
- 11h20: Cerimônia de boas-vindas aos chefes de Estado e fotografia oficial
- 11h30: Primeira sessão do diálogo para coordenação e colaboração na América do Sul
- 12h30: Segunda sessão do diálogo para coordenação e colaboração na América do Sul
- 13h15: Declaração à imprensa
- 13h45: Almoço oferecido pelo presidente do Chile aos demais chefes de Estado
Venezuela
A criação do Prosul também visa ampliar o isolamento do governo de Nicolás Maduro na Venezuela. Brasil e Chile, por exemplo, reconhecem o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino do país.
Nesta semana, Bolsonaro tratou da crise na Venezuela durante a visita oficial aos Estados Unidos, onde foi recebido na Casa Branca pelo presidente Donald Trump.
Trump voltou a falar que todas as opções “estão abertas” para resolver a crise venezuelana. Militares brasileiros são críticos sobre a atuação brasileiro em uma possível ação no país.
Bolsonaro não descartou participar de uma eventual intervenção contra Maduro, porém afirmou: “Diplomacia em primeiro lugar, até as últimas consequências”.