ALMG
O relatório sobre a renovação antecipada da concessão da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) à Vale foi retirado da pauta da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A medida é fruto de mobilização da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), conforme anunciou nesta segunda-feira (25/03) o presidente Agostinho Patrus (PV).[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
A reunião da Diretoria da ANTT, na qual seria votado o relatório, será nesta terça-feira (26/03), em Brasília. Segundo Agostinho Patrus, o processo da EFVM não deverá voltar à pauta até que a Agência responda às recomendações feitas pela Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras, em seu relatório aprovado no final de 2018.
“Estamos envolvendo a bancada mineira em Brasília, vamos envolver também as forças do Estado. Queremos buscar uma conciliação para que não haja necessidade de ação judicial. Essa proposta tem que ser discutida com a sociedade mineira”, afirmou o presidente da ALMG.
Entenda – A proposta da União é de renovar as concessões ferroviárias por mais 30 anos, com as mesmas concessionárias, antes mesmo do vencimento dos contratos. A principal vantagem alegada seria a antecipação de investimentos.
Três dessas ferrovias passam por Minas Gerais: a Malha Sudeste, da MRS Logística; a Malha Centro-Leste, da Ferrovia Centro Atlântica (FCA); e a EFVM, da Vale, esta em estágio mais avançado no processo de renovação dos contratos. Concedida em 1997, a EFVM tem outorga válida até 2027. Com a renovação, a concessão iria até 2057.
Para Minas, a grande questão é que a proposta do governo federal destina a outros Estados recursos da renovação de trechos mineiros. É o chamado investimento cruzado. Assim, em troca da EFVM e da Estrada de Ferro Carajás, a Vale construiria a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), em Mato Grosso. Já a MRS faria trecho do Ferroanel, em São Paulo.
“A Assembleia de Minas vai levantar a sua voz e buscar a união porque não podemos permitir que algo que prejudica o Estado pelos próximos 40 anos seja aprovado. São os mineiros que pagam pelo problema da poeira do minério, pelas vidas da exploração feita pela Vale em Minas”, reforçou o presidente, criticando a destinação dos recursos a outros estados.
Linha Mineira – A comissão recomendou, ainda, a reativação da chamada Linha Mineira, que liga Belo Horizonte a Nova Lima, Raposos, Rio Acima, Itabirito, Ouro Preto, Mariana, Barra Longa e Ponte Nova, entre outras cidades. “É algo que pertence a Minas Gerais. Queremos receber cada centavo que Minas perdeu”, reforçou o deputado.
Para João Leite, a Vale tem um grande apoio no Governo Federal. “E o Governo de Minas está calado até o momento”, completou. Na visão do deputado, o Estado tem que ter uma representação nesse tema para que os investimentos fiquem em Minas. “Chegou o momento do encontro de contas da Vale com Minas Gerais”, decretou.