Minas Gerais antecipou a campanha de vacinação contra a influenza, infecção que provoca várias doenças respiratórias, dentre elas a gripe. Neste ano, a ação começará no dia 10 de abril em todos os postos mineiros, duas semanas antes do que no ano passado. A campanha prosseguirá até 31 de maio e o dia “D” de Mobilização Nacional será em 4 de maio.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
O motivo da antecipação da campanha em Minas, segundo a coordenadora estadual de imunização da Secretaria de Saúde, Josianne Dias Gusmão, é o registro de casos no estado do Amazonas, onde somente neste ano foram notificados 666 suspeitos, sendo confirmados 107 para H1N1 e 28 mortes. Lá, a campanha de vacinação teve início no último dia 20, sendo antecipada em 21 dias em relação aos demais estados do país.
A coordenadora de imunização nega risco de surto no Estado. Segundo ela, as vacinas chegaram antes a Minas Gerais, porque houve uma mobilização nacional por causa do Amazonas. “O que temos que manter é a vigilância e conseguir atingir a meta de cobertura para evitar casos complexos, de hospitalização e óbitos. Por isso, o público-alvo deve comparecer aos postos para se proteger”, explica.
Em Minas, a meta é imunizar 6.018.977 pessoas, o que representa 90% do público-alvo. Para organizar melhor a campanha, a SES montou uma estratégia para mobilizar a população. A intenção do Estado é vacinar as crianças e atualizar a caderneta entre os dias 10 e 19 de abril. Do dia 22 abril até o dia 31 de maio, serão imunizados os demais grupos prioritários.
“Essa campanha envolve um volume muito grande de pessoas e a estratégia de dividir em etapas é para evitar filas. A recomendação é essa e as doses vão ser disponibilizadas de acordo com o público-alvo de cada etapa. Cabe a cada município organizar isso”, esclarece a coordenadora de imunização.
Este ano já foram notificados, em Minas, 298 casos hospitalizados de Síndrome Respiratória Aguda Grave – SRAG, sendo dez associadas a influenza. Em relação aos óbitos de SRAG, foram notificados 23 casos suspeitos e nenhum ainda foi associado à infecção por vírus da influenza.
No mesmo período de 2018, segundo a SES, foram 388 casos notificados de SRAG hospitalizada, sendo 19 casos associados à infecção por vírus influenza. Entre os óbitos, foram 49 notificações de SRAG hospitalizada e um óbito foi associado ao vírus influenza no mesmo período avaliado.
Mas conforme a SES, este ano, o Ministério da Saúde mudou o sistema de informação para notificação de casos de SRAG e ficha de notificação em todo o Brasil. Com isso, muitos municípios ainda não realizaram seu cadastro para notificar. Dessa forma, os dados apresentados para 2019 são parciais e estão sujeitos à modificação
Público-alvo ampliado
Além da antecipação da campanha, outra novidade foi anunciada para 2019. Conforme a Secretaria de Estado de Saúde (SES), o público-alvo foi ampliado. Até 2018, somente crianças com até 4 anos puderam receber a vacina gratuitamente. Agora, a dose será aplicada em menores de seis anos – 5 anos, 11 meses e 29 dias.
Também fazem parte do público-alvo adultos acima de 60 anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), trabalhadores da saúde, professores, povos indígenas e portadores de doenças crônicas. Adolescentes e jovens apreendidos, a população carcerária e agentes prisionais também podem receber a vacina sem custo.
No Brasil, o período de maior circulação do vírus vai de maio até agosto. Como o organismo leva, em média, de duas a três semanas para criar os anticorpos que geram proteção contra a doença após a vacinação, o ideal é realizar a imunização antes do início do inverno, que começa em junho. “Não quer dizer que quem se vacinar não vai gripar, mas essa pessoa evita riscos maiores de complicações, internações e óbitos”, afirma Josianne Gusmão.
Números de Minas
No ano passado, 98 pessoas morreram por gripe em Minas. O número foi quase o dobro do registrado em 2017, quando 50 moradores perderam a vida em decorrência do vírus influenza. Conforme a Secretaria de Saúde, mais 320 óbitos foram notificados por outras doenças da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
A meta de vacinação, em 2018, foi alcançada – ficou em 95,80% – após a campanha ser prorrogada algumas vezes. Apesar disso, a imunização das crianças (83,53%) e das grávidas (85,12%) ficou abaixo da recomendação do Ministério da Saúde, que era de 90%.
Prevenção
Conforme o Ministério da Saúde, a vacina é um dos métodos de proteção contra a gripe. Contudo, outros cuidados são essenciais para evitar a doença, como lavar as mãos, ter cuidado ao tossir e usar lenços descartáveis.
Veja abaixo todos os cuidados:
• Proteja o nariz e a boca. Cubra-os enquanto espirra ou tosse e use lenços descartáveis.
• Evite tocar a boca e o nariz.
• Lave as mãos com água e sabão e use álcool gel 70% regularmente, especialmente depois de tocar o nariz e a boca ou superfícies que possam estar contaminadas.
• Melhore a circulação de ar abrindo as janelas.
• Evite ficar por muito tempo em locais com grande aglomeração de pessoas.
• Mantenha hábitos saudáveis: coma bem, durma bem e faça exercícios.
• Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas.
Quem apresenta os sintomas da gripe deve:
• Evitar sair de casa em período de transmissão da doença (até 7 dias após o início dos sintomas).
• Restringir ambiente de trabalho para evitar disseminação do vírus.
• Evitar aglomerações e ambientes fechados, procurando manter os ambientes ventilados.
• Adotar hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos.