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Os 20 maiores parques estaduais de Minas devem ser administrados em conjunto entre o poder público e a iniciativa privada. Programa lançado ontem, pelo Estado, prevê a concessão das unidades com o intuito de aumentar em até quatro vezes o público nessas áreas.[pro_ad_display_adzone id=”44899″ align=”right”]
Atualmente, são 94 unidades de conservação no território. Tanto as operações quanto a proteção dos espaços são custeadas pelo Executivo. A ideia é, com as parcerias, economizar nos serviços para manter a preservação.
Secretário de Estado de Meio Ambiente (Semad), Germano Vieira disse que um comitê foi criado para elaborar as regras de desenvolvimento do programa de concessões. “É um desafio gerir esses parques. A parceria nos ajudará a avançar em serviços como trilhas, hospedagens, turismo de aventura e lazer”.
Para ambientalistas, é preciso que o processo avance para entender se o saldo será positivo às comunidades locais. A superintendente da Associação Mineira de Defesa do Meio Ambiente (Amda), Dalce Ricas, afirma que o incremento do turismo pode ser benéfico no sentido de conscientizar as pessoas no cuidado com as áreas verdes.
“Não tenho qualquer dúvida quanto a importância da iniciativa. O Estado nunca vai destinar recursos suficientes para que os parques cumpram suas funções, que são proteger a biodiversidade, a paisagem e a água”, avaliou.
Para o professor Fausto Weimar, da Universidade Federal de Lavras, o governo deve estabelecer claramente, assim que lançado os editais de concessão, os espaços a serem explorados pela iniciativa privada. A medida, segundo ele, é para evitar conflito entre o que pode ser utilizado e o que deve ser protegido.
“Esse tipo de turismo ambiental é positivo, pois gera renda e empregos para as comunidades locais. Mas ao fomentar o turismo pode estar, por exemplo, aumentando a área construída dentro das unidades. Isso deve ser discutido com os comitês ambientais do Estado”, opinou.
Problemas
Dentre as unidades de conservação a serem concedidas estão os parques estaduais da Serra do Rola-Moça (Grande BH), do Ibitipoca (em Lima Duarte e Santa Rita do Ibitipoca, na Zona da Mata) e o do Rio Preto (em São Gonçalo do Rio Preto, região Central). Para a superintendente do Amda, mesmo as maiores áreas verdes públicas apresentam problemas, como a falta de estrutura, que atraiam a iniciativa privada.
“Considero esse um desafio para o poder público. No Rio Preto, por exemplo, a capacidade de visitação é muito maior do que deve ter hoje, por falta de estrutura. O parque corre risco de ter a vegetação e o solo consumidos por incêndios, o que, além de prejudicar o meio ambiente, pode inviabilizar as parcerias”, comentou Dalce Ricas.
Frequentador do Ibitipoca há mais de 30 anos, o guia turístico Rodrigo Paranhos acredita que pode haver melhorias no local. Lá, hoje, o público é limitado, com cerca de 600 pessoas por dia, por falta de estrutura básica, como placas e pontos de apoio. “Numa das trilhas mais famosas não há nenhum aviso que ela é de 16 quilômetros, que o percurso dura seis horas”, afirmou.
Segundo o governo de Minas, a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), integrante do comitê criado, auxiliará as empresas interessadas no planejamento financeiro e estrutural das intervenções necessárias nas áreas.