O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, anunciou nesta quinta-feira (11) que Minas Gerais será contemplada com R$ 4 bilhões em recursos para o transporte ferroviário. Desses recursos, R$ 1 bilhão poderá ser usado para a ampliação do metrô de Belo Horizonte, expandindo a malha até a região do Barreiro e dentro do município de Contagem.
A declaração foi feita durante uma reunião com parlamentares da bancada federal mineira, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil, e o prefeito de Contagem, Alex de Freitas. Também estava presente o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, e o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Agostinho Patrus.
Os R$ 4 bilhões seriam uma contrapartida de empresas que administram malhas ferroviárias para a antecipação da renovação dos contratos de concessão das ferrovias, firmados nos anos 1990 e válidos por 30 anos.
Para o prefeito Alexandre Kalil, essa é uma alternativa para finalmente se viabilizar a ampliação do metrô. “Agora, com essa contrapartida, a iniciativa privada coloca R$ 1 bilhão, atendendo a linha que vai ao Barreiro. Dessa vez não é promessa, porque tem interesse do setor privado na história. Temos que acreditar, porque quando há interesse de grandes empresas, realmente a coisa sai”, afirmou o prefeito.
Já a bancada mineira é contrária à antecipação dos contratos, pois as empresas destinariam os investimentos para outros Estados, o que significaria perda para Minas. De acordo com a ALMG, das cinco malhas ferroviárias em estudo para renovação, três passam por Minas: a Malha Regional Sudeste, da MRS Logística; a Ferrovia Centro Atlântica (FCA), da VLI; e a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), da Vale. Para renovar essas concessões, as empresas oferecem como contrapartida melhorias em outras localidades.
Em troca da renovação da EFVM, por exemplo, a Vale construiria a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste, em Mato Grosso. Já a MRS faria trecho do Ferroanel, em São Paulo, em troca da Malha Regional Sudeste.
A medida ainda depende de autorização do Tribunal de Contas da União (TCU).
A reportagem entrou em contato com as assessorias das empresas Vale, MRS e VLI, mas ainda não obteve retorno.