EXAME
Os resultados são bons, mas os investidores estarão mesmo de olho no futuro. A concorrente Disney anunciou na semana passada os preços de seu novo serviço de streaming, que será o mais barato em operação nos Estados Unidos. O movimento fez as ações da Netflix caírem 4% na sexta-feira, com perda de seis bilhões de dólares em valor de mercado. A Disney fechou um acordo de 71,3 bilhões de dólares para comprar a 21st Century Fox, e terá em seu catálogo, além dos tradicionais filmes de princesas e animações da Pixar, sucessos como “Star Wars” e a animação “Os Simpsons”.
E a empresa do Mickey Mouse não é a única concorrente. A Apple, que vê as vendas de celulares iPhone em queda, anunciou em março que também terá um serviço de streaming próprio, com orçamento de 1 bilhão de dólares para a produção de conteúdo. Já a compra da empresa de telecomunicações AT&T pela Warner também fará o serviço de streaming da companhia, o HBO Go, contar com conteúdo de sobra de séries como “Game of Thrones” (cuja última temporada começou neste domingo), “Friends” e a franquia “Harry Potter”.
Nessa guerra, a Netflix tem na manga o fato de ter sido pioneira no serviço de streaming, que começou a vender em 2010, além de ser dona de conteúdo original de sucesso, em séries como “House of Cards”. O problema é que parte do sucesso da empresa está em oferecer em seu catálogo conteúdo de terceiros — terceiros que, agora, não estarão mais dispostos a vender seus seriados, colocando-os nas próprias plataformas. Para 2019, a Netflix anunciou que vai investir 10 bilhões de dólares na produção de conteúdo próprio.
Com a concorrência cada vez mais acirrada, a vida vai ficando cada vez mais cara para a Netflix. O peso deste investimento crescente no balanço deve ficar mais claro na terça-feira (16/04).